No discurso de despedida na Assembleia Legislativa, o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), afirmou, na tarde deste domingo (1º), que deixa o cargo com a “mesma ficha limpa” e “sem nenhuma condenação”. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal, em 15 de outubro de 2020, pelos crimes de corrupção passiva, chefiar organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Governador por dois mandatos, Reinaldo foi acusado de receber R$ 67,7 milhões em propina da JBS. Como os incentivos fiscais não foram cumpridos, o esquema criminoso causou um prejuízo de R$ 209,7 milhões aos cofres públicos.
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Por causa da denúncia, Reinaldo e a família tiveram R$ 277 milhões bloqueados em setembro de 2018 pelo ministro Felix Fischer, do STJ. NO ano passado, a Corte Especial manteve o sequestro dos bens do tucano, da esposa, Fátima, e dos três filhos.
No discurso de hoje, Reinaldo afirmou que foi vítima de “ataques” e “denúncias descabidas”. O tucano foi alvo da Operação Vostok, deflagrada pela Polícia Federal em 12 de setembro de 2018. Em junho de 2020, ele foi indiciado pela PF. O vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, denunciou o governador, o filho, o advogado Rodrigo Souza e Silva, o conselheiro do TCE, Márcio Monteiro, entre outros.
Em fevereiro do ano passado, Fischer desmembrou a denúncia e só manteve o governador no STJ. Ele se aposentou e o caso foi encaminhado para a ministra Isabel Gallotti, onde ficou engavetado desde julho deste ano.