Após a Justiça anular a lei que suspendeu a cobrança da taxa de iluminação pública por 180 dias, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), vai por a conta da politicagem dos vereadores para o eleitor pagar. Infelizmente, não tem outro termo para definir o que os nobres parlamentares, aliados do atual chefe do Executivo, fizeram com a população, foi sacanagem.
De julho do ano passado a janeiro, a cobrança da Cosip foi suspensa. A proposta eleitoreira foi apresentada pelo então vereador Edil Albuquerque (PTB), e com aval de Marcos Alex (PT) e Ademar Viera Júnior, o Coringa (PSD). Estes três já foram punidos pela população ao naufragar nas urnas.
No entanto, a conta da ação eleitoreira vai sobrar para a população. Desde o início o então prefeito, Alcides Bernal (PP), avisou que a medida era inconstitucional, mas foi voto vencido. Só a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) votou contra o absurdo.
Agora, caro leitor, a conta vai ser cobrada em dobro e vai onerar ainda mais o contribuinte, que já sofre com os buracos nas ruas, o caos na saúde, a falta de dinheiro para investimentos e a cidade tomada pelo lixo.
Além de pagar a taxa normal da Cosip na conta de luz, o campo-grandense vai pagar mais R$ 30 milhões, que será retroativo e parcelado por vários meses. Parece que os políticos perderam a noção de fazer maldade, mas perderam mesmo.
A sacanagem de suspender para pedir o voto antes da eleição foi praticada por vários vereadores, inclusive pelo atual presidente, João Rocha (PSDB), que já comandava o legislativo no ano passado.
Veja os nomes de quem participou desta orquestração para sacanear Bernal, mas acabou punindo toda a população de Campo Grande, além dos quatro já mencionados: Chiquinho Telles (PSC), Loester Nunes (PMDB), Gilmar da Cruz (PRB), Eduardo Romero (Rede), Cazuza (PP), Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), Betinho (PRB), Lívio Lemos, o Dr. Lívio (PSDB), Paulo Siufi (PMDB), Ayrton Araújo (PT) e Herculano Borges (SD). Otávio Trad (PTB) não participou da votação, apesar de não ter votado contra, segundo a assessoria.
Outros votaram pela suspensão da taxa, mas não conseguiram a reeleição: Francisco Nascimento, o Saci (PTB), Magali Picarelli (PMDB), Flávio Cesar (PTdoB),Edson Shimabukuro (PTB), Vanderlei Cabeludo (PMDB), Airton Saraiva (DEM), Carla Stephanini (PMDB), Waldecy Batista, o Chocolate (PP), Jamal Salem (PR), Mário Cesar (PMDB) e Delei Pinheiro (PSD).
Carla, Saci e Coringa até foram premiados pelo desempenho e conseguiram emprego na prefeitura neste ano.
Marquinhos ignora a crise vivida pelo campo-grandenses e já faz planos para gastar o dinheiro. Ele vai pedir ao Tribunal de Contas do Estado, que suspendeu a colocação de novas lâmpadas porque achou o contrato firmado por Bernal suspeito, já que ele recorreu a uma licitação dos municípios da Bacia do São Francisco, na região Nordeste, para comprar as lâmpadas.
Agora, assim como a Câmara, o tribunal não deve ver problemas no contrato e deverá liberar para que as lâmpadas, estocadas na Secretaria de Obras, voltem a ser instaladas na Capital.
E a população vai ficar de palhaça na história, porque ficou no escuro no ano passado e, agora, vai pagar a conta da politicagem dos vereadores e conselheiros do TCE.
(alterada às 15h para mudar a posição de Otávio Trad)