O deputado estadual Lídio Lopes (PEN) ficou indignado e furioso com o bloqueio dos seus bens em decorrência do pagamento de salários por aproximadamente quatro anos a uma funcionária “fantasma”. Ele não quer pagar sozinho pela suposta irregularidade e defendeu a punição de todos ou de nenhum.
De acordo com o portal do Correio do Estado, o parlamentar ocupou a tribuna para falar sobre a liminar do juiz da 1ª Vara de Direitos Coletivos e Individuais Homogêneos, Alexandre Ito, que determinou o bloqueio de seus bens.
Aliás a liminar é uma ducha de água fria na carreira do parlamentar, que vinha em ascensão com a eleição da esposa, a advogada Adriane Lopes, como vice-prefeita de Campo Grande, e de prefeitos no interior pelo PEN.
“Será que vale a pena? Você constrói uma carreira de 40 anos e, do nada, tudo vai para o lixo”, questionou-se, irritado com a decisão judicial.
O contratempo ocorre porque o Ministério Público Estadual descobriu que uma funcionário de Lídio, nomeada para trabalhar 40 horas semanais na Assembleia Legislativa, no Parque dos Poderes, morava em Três Lagoas e viajava ao exterior, inclusive com a postagem de fotografias no Facebook.
Sheila Lins Albuquerque ganhou R$ 1,7 mil por mês entre março de 2013 e janeiro deste ano, apesar de residir a 325 quilômetros da Capital. O juiz bloqueou pouco mais de R$ 80 mil do deputado, que integra a bancada evangélica no legislativo estadual.
“Não fiz nada ilícito. Fiz a nomeação amparado pela Assembleia”, justificou-se o deputado, revelando que o legislativo é conivente com a irregularidade. E pela reação, não é o único que comete este deslize com o dinheiro público.
“Se isso é crime de corrupção, então todos aqui estão sentenciados”, bradou, de acordo com o Correio do Estado, para um plenário que ouviu tudo calado.
O presidente da Assembleia, deputado estadual Junior Mochi (PMDB), não se indignou com a irregularidade.
Não é a primeira vez nem será a última que o legislativo é alvo de escândalo de funcionários fantasmas. Também não está sendo a primeira vez que ninguém é punido.