A ousadia dos corruptos brasileiros não tem limites e não poupa nem o Exército, a instituição que ainda mantém credibilidade no mar de lama que assola a República. Nesta terça-feira, operação da Polícia Federal caça provas contra a organização criminosa que fraudava licitações eletrônicas e elevava o preço dos produtos em até 600%.
Autor: Edivaldo Bitencourt
Em um ano, o custo do uniforme para os estudantes da rede municipal de ensino vai ficar 107% mais caro em Campo Grande, apesar da inflação brasileira não ter ficado acima de 6,5% em 12 meses. Além do desembolso maior, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) não fez licitação e recorreu a ata de outra cidade para contratar a empresa do interior de São Paulo.
Desde quinta-feira (16), os trabalhadores terceirizados estão proibidos de utilizar o telefone celular durante o serviço no Fórum de Campo Grande. O assunto é polêmico e ganhou força com a posse do novo diretor do Foro, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 8ª Vara Cível. Ele vetou a utilização do Whatsapp e das redes sociais, como o Facebook, durante o expediente. Como alguns funcionários desobedeceram, a Absoluta, que presta serviço, passou a recolher os telefones na entrada do expediente e só os devolve no final.
Três anos após a ação de improbidade administrativa ser apresentada pelo MPE (Ministério Público Estadual), a Justiça aceitou a denúncia contra o deputado federal Carlos Marun (PMDB), o deputado estadual Amarildo Cruz (PT), cinco ex-sócios, dois empresários e ex-funcionários públicos. Eles são acusados de superfaturar contratos e conceder reajustes abusivos, que totalizam R$ 16,4 milhões. Beneficiada do suposto esquema, que começou em 2004, três meses após se tornar ré na ação junto com Marun, a empresa DigithoBrasil mudou de nome para Digix e mantém contratos milionários com a administração estadual.
A primeira grande manifestação contra a Reforma da Previdência levou aproximadamente um milhão de pessoas às ruas do País no último dia 15. Além dos protestos, greves na educação ganham força em vários estados, inclusive Mato Grosso do Sul. Acuados, os únicos deputados, que ainda seguem firme à proposta do presidente Michel Temer (PMDB), partem para o ataque com o uso de mentiras e insinuações maldosas.
O prefeito Marquinhos Trad (PSD) acabou com o Banco Canindé – Crédito Social, que ofertava linhas de financiamento para microempreendedores, autônomos, camelôs e até para motoentregadores e mototaxistas. A linha de crédito foi criada por Alcides Bernal (PP) em janeiro do ano passado e foi extinta por decreto, publicado no Diário Oficial de Campo Grande, disponibilizado no final da tarde de ontem.
Poderosa multinacional brasileira, a JBS, que é alvo de Operação Carne Fraca da Polícia Federal e é acusada de vender carne podre, foi a principal financiadora das campanhas dos candidatos a governador de Mato Grosso do Sul em 2014. A empresa priorizou os candidatos do PSDB e PMDB no Estado, conforme levantamento junto à Justiça Eleitoral. Foram R$ 14 milhões.
Com a reforma administrativa, efetivada nesta sexta-feira, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), demitiu o chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, envolvido no boato de que houve gravação de suposta cobrança de propina em um frigorífico. Ele também aproveitou para dar o cargo para o advogado Marcelo Monteiro Salomão, que foi secretário municipal de Educação na gestão de Gilmar Olarte e é genro da secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amedola da Motta.
O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, trata como “grande chefe” o acusado de liderar uma organização criminosa no Paraná. A conversa dele com o suspeito, o superintendente regional de Agricultura naquele estado, Daniel Gonçalves Filho, foi interceptada pela Polícia Federal.
Pela primeira vez em 26 anos, o Governo estadual retalia greve na educação com corte de ponto. Além disso, a secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amendôla da Motta, ameaça punir os grevistas com ações administrativas e até penais. No entanto, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), só vai prejudicar os cerca de 300 mil estudantes da rede estadual, porque, se não pagar o salário na íntegra, não haverá reposição dos dias parados e a educação fica ainda mais comprometida.