O Ministério Público Federal denunciou dois empresários e o dirigente do CTG (Centro de Tradições Gaúchas) de Dourados por financiar ou incitar os movimentos antidemocráticos. É a primeira ação da Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul contra os bolsonaristas, que não aceitam a derrota de Jair Bolsonaro (PL) e defendem um golpe militar para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O MPF pede que a Justiça condene os denunciados ao pagamento de danos morais coletivos nos valores de R$ 200 mil (dono de restaurante e responsável pelo CTG) e R$ 400 mil (dono de loja de insumos agropecuários). Pede ainda o bloqueio das contas do empresário do ramo de restaurantes no Instagram, visto que uma delas vem sendo utilizada com fins criminosos.
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De acordo com a assessoria do órgão, os três estão dando suporte para a manifestação dos bolsonaristas em frente ao quartel da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados desde 31 de outubro deste ano.
“As denúncias têm como base o art. 286 do Código Penal, que consiste em ‘incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade’”, apontou a procuradoria. Os três foram identificados pela Polícia Federal.
O dono do restaurante vem fornecendo alimentação para os manifestantes permaneceram em frente ao quartel do Exército. O empresário do ramo agropecuário enviou todos os veículos de sua empresa, mais de 50 carretas, para a frente do mesmo quartel.
Já a responsável pelo CTG cedeu a estrutura do local, que está localizado próximo ao quartel, para fins logísticos e de manutenção do movimento. Para além do exercício da liberdade de expressão, os denunciados incentivam atos golpistas e que incitam as Forças Armadas a agirem contra o resultado das eleições legitimamente reconhecido como válidos pelo Tribunal Superior Eleitoral.
“O MPF continuará atuando no trabalho intenso de identificação dos responsáveis pelos referidos atos antidemocráticos, contando com o suporte investigativo da Polícia Federal”, destacou.
Em Campo Grande, os manifestantes permanecem acampados em frente ao Comando Militar do Oeste e estão mantendo o movimento. Um dos organizadores chegou a usar as redes sociais para destacar que agora é guerra.