A juíza da 3ª Vara Criminal, Eucélia Moreira Cassal, negou pedido da defesa e manteve o advogado André Luiz Scaff, conhecido como “vereador sem voto”, fora do cargo do procurador jurídico e longe das dependências da Câmara Municipal de Campo Grande. Ele está há dez meses fora do legislativo municipal, onde exerceu influência e foi o braço dirigente dos presidentes em mais de duas décadas.
Alvo de quatro ações de improbidade administrativa, com os bens bloqueados na Justiça e acusado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Scaff foi influente e intermediou contratos com empresas durante as gestões de Nelsinho Trad (PTB) na prefeitura e de André Puccinelli (PMDB), conforme investigação feita pelo MPE (Ministério Público Estadua).
Os promotores suspeitam que ele tenha movimentado R$ 10,8 milhões em propina, que representa a movimentação total sem comprovação de origem. O MPE encontrou indícios de R$ 3,1 milhões em propinas para garantir contratos firmados com a prefeitura, a Câmara e o Governo Estadual.
Apesar de continuar recebendo o salário como procurador jurídico no legislativo, ele não se conforma em continuar afastado da função e proibido de circular entre os vereadores de Campo Grande. A defesa alegou que se trata de “constrangimento desnecessário” e atentado contra a dignidade humana”.
Os argumentos não convenceram a juíza Eucélia, que negou a suspensão das medidas cautelas definidas pelo Tribunal de Justiça em novembro do ano passado ao conceder a liberdade para o advogado. Ele ficou preso por 44 dias na segunda vez. Na primeira, ficou detido entre os dias 20 e 21 de setembro.
Com a decisão da magistrado, ele continua fora da Câmara Municipal. No entanto, a defesa poderá recorrer ao Tribunal de Justiça, onde Scaff já conseguiu dois habeas corpus para se livrar da prisão preventiva.