O vereador André Luís Soares da Fonseca, o Professor André Luís (PRD), quer ser prefeito para transformar a Capital em referência mundial em qualidade de vida. “Quero botar Campo Grande no século XXI”, define o parlamentar, que abre a série de entrevistas de O Jacaré sobre propostas dos pré-candidatos a prefeito nas eleições deste ano.
“É preciso tornar Campo Grande uma cidade que as pessoas amam”, defende. Professor André Luís quer se inspirar em outras cidades, como Munique, na Alemanha, e Paris, na França, que reverteram o quadro de abandono e precariedade para se tornarem modelos de qualidade de vida.
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Uma das prioridades do Professor André Luís será a revitalização dos parques e a construção de mais praças, áreas verdes, para que a população possa aproveitá-los. O objetivo é realizar atividades esportivas e culturais para que os moradores tenham o costume de frequentar os parques.
“O Parque Jacques da Luz só tem comissionados”, acusou, citando o ex-vereador Chiquinho Telles (PP) como responsável pelas indicações políticas para gerir a unidade. “O Horto Florestal é hoje ocupado por morador de rua”, lamentou, citando a Praça da Bolívia e o Bosque da Paz, que lota na realização dos eventos, para mostrar como o campo-grandense gosta de frequentar praças e parques.
Para acabar com a situação de abandono, André Luís defende que os gestores dos parques sejam de técnicos e realizem parcerias com empresas para manter as áreas sempre preservadas.
O pré-candidato do PRD adotou como proposta de campanha a Tarifa Zero no transporte coletivo. Atualmente, 106 cidades brasileiras oferecem ônibus urbano de graça para a população. “A tarifa zero é fundamental”, propõe. Ele defende o Consórcio Guaicurus, que assumiu a concessão em 2012 e vem sendo duramente criticado pela população pela péssima qualidade no serviço.
Conforme o vereador, o município bancaria o transporte coletivo. Uma alternativa seria não cobrar pela passagem em alguns horários, como das 8h às 10h e das 14h às 17h, para evitar a superlotação no horário de rush. Ele acredita que a gratuidade total fará parte da população a deixar o carro em casa para ir ao trabalho, por exemplo, de ônibus. Ele acredita ser possível ter dinheiro para garantir ônibus com poltronas confortáveis, ar-condicionado e novos.
O candidato admite que o orçamento é curto para atender as demandas do município. “Temos pouco dinheiro e ainda a gente gasta mal”, critica, sem citar a prefeita Adriane Lopes (PP). Também detona as obras inacabadas, que representam milhões jogados no lixo.
Ele cita as obras dos centros de educação infantil, que não foram concluídas, enquanto, segundo o vereador, 9 mil crianças estão fora da escola por falta de vagas e as mães acabam ficando sem emprego, dependendo dos programas sociais, como Bolsa Família e Mais Social.
Professor André Luís afirma que o secretariado será composto apenas por técnicos. “O problema mais grave de todos é de gestão”, aponta, sobre o comprometimento de mais de 55% da receita líquida com salários.
Dos 28 mil servidores públicos municipais, ele disse que 17 mil são concursados e 11 mil são temporários e comissionados. Ele explica que 40% não contribuem com o IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande), que tem um déficit mensal de R$ 7 milhões. Para aliviar as contas municipais, ele propõe aumentar o número de servidores concursados e cortar os comissionados.
“A equipe será técnica. Vou querer é me livrar de político na prefeitura”, propõe, sinalizando que não adotaria uma gestão política com a divisão das secretarias entre os vereadores. Por outro lado, ele promete ouvir os vereadores nos bairros para saber as prioridades de cada região.
“O Portal da Transparência tem que ser uma casa de vidro”, propõe, garantindo transparência total e não mantendo em sigilo os eventuais pagamentos de supersalários. “Tudo tem que ser aberto, pagamento de servidor”, defende. E emenda: “político antigo não gosta de transparência porque evita corrupção e desvio de dinheiro público”, alfineta.
“A falta de transparência é geral”, critica. Na sua avaliação, a atual gestão peca na transparência. Segundo André Luís, o município deve R$ 180 milhões para os servidores, como promoções retidas, insalubridades e outros direitos determinados pela Justiça, que ainda não foram cumpridos.
O vereador critica o programa Reviva Centro, que começou na gestão de Marquinhos Trad (PDT) e custou US$ 56 milhões. “Quebrou calçada para por calçada”, criticou. “O Centro é só mais num bairro. O Centro tem comércio, mas não tem comprador”, lamenta, sobre a queda na população central, que teria caído de 75 mil, em 2000, para 61 mil em 2022, segundo o Censo do IBGE.
André Luís pretende incentivar a construção de prédios no Centro da Capital. Contudo, ele admite que ainda é preciso encontrar meios e inovações para revitalizar a área central. “Os bairros centrais são bairros mortos”, lamenta citando a Vila Carvalho e Amambaí. “É preciso reunir o comerciante, o morador, urbanista, técnicos para fazer um diagnóstico”, propõe.
Caso seja eleito prefeito, ele garante que não vai tentar a reeleição. “O projeto de político é poder. Tem 11 mil comissionados para votar na prefeita”, critica. “Político não gosta de concursado”, detona.
André Luís está no primeiro mandato de vereador. Ele foi eleito pelo Rede Sustentabilidade e trocou de partido para viabilizar sua candidatura a prefeito da Capital nas eleições deste ano. O PRD é resultado da fusão do PTB com o Patriota.