A lista sêxtupla para a vaga de desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região conta com o ex-assessor de um deputado tucano e um “paulista” amigo do ex-presidente da OAB/MS, Mansour Elias Karmouche. Advogados viram quebra na tradição de cada estado indicar três nomes e criticaram a atual diretoria da entidade de não lutar para incluir nomes sul-mato-grossenses.
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Considerado o único genuinamente sul-mato-grossense na lista é o advogado Luiz Paulo Volpe Camargo, 46 anos, que obteve o aval dos conselheiros de 27 unidades da federação. Atuando na área há 23 anos, ele destacou na apresentação que sempre atuou na inicativa privada, omitindo o cargo de assessor do presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PSDB).
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Camargo também atuou como consultor da CPI da JBS, criada pelo legislativo para investigar a denúncia dos donos da companhia, de que houve pagamento de propina em troca de incentivos fiscais. A comissão confirmou o esquema, mas acabou não punindo ninguém pelo escândalo.
O segundo indicado pelo Estado foi Fernando Olavo Saddi Castro, que nasceu em Campo Grande e é amigo de infância de Mansour. Com 57 anos, ele foi bancário do Banespa e fez homenagem a mãe e a avó por ter conseguido se formar e cursar duas faculdades públicas. “Sou um vitorioso”, frisou, ao ressaltar que fez toda a carreira em São Paulo. Mesmo assim, acabou sendo indicado pela “vaga” de MS.
O terceiro indicado foi Sandro Pissini Espíndola, 49 anos, de Naviraí. Ele disse que atua em três estados e trabalha como advogado há 27 anos. Espíndola teve o voto de 26 das 27 seccionais da OAB.
Os outros integrantes da lista são de São Paulo: Rita Maria Costa Dias Nolasco, Marcelo Vieira Campos e Vanuza Inácio Machado.
A advogada Silmara Domingues Amarilla teve o pedido de impugnação rejeitado pelo plenário, mas acabou vetada pela atual diretoria da OAB, liderada por Mansour e pelo atual presidente, Bitto Pereira. Ela acabou recebendo um voto de Sergipe. O outro advogado do Estado votado foi José Belga de Assis Trad.
O episódio revoltou o advogado Newley ALexandre Amarilla, marido de Silmara e um dos profissionais mais respeitados no Estado. “Rifaram a única mulher do Estado para apoiar duas de São Paulo”, lamentou.
Para Amarilla, ao vetar Silmar por ter apoiado a candidata de oposição, Rachel Magrini, significa que os dirigentes da entidade optaram em fazer política com ódio. “Isso demonstra o descompromisso da OAB/MS com os advogados do Estado, seu completo desprestígio perante à OAB nacional e sua franca misoginia”, lamentou.
A próxima etapa é reduzir a lista para apenas três nomes. A seleção será feita pelo plenário do TRF3. O novo desembargador será indicado por Jair Bolsonaro (PL).
Apesar de ser próximo do PSDB em MS, Volpe conta com o apoio da deputada federal Tereza Cristina (PP), uma das integrantes do Centrão e mais próximas do presidente.