Deflagrada nesta quinta-feira (8) para investigar o ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Divoncir Schreiner Maran, a Operação Tiradentes cumpre nove mandados de busca e apreensão. Além dele, a Polícia Federal e a Receita Federal do Brasil investigam parentes do magistrado e advogados por corrupção passiva e ocultação de patrimônio.
Em nota à imprensa, a Polícia Federal informa que os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça. Os mandados de busca e apreensão são cumpridos em Campo Grande e em Bonito.
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“De acordo com as investigações, um indivíduo de alta periculosidade, com vasto envolvimento em crimes como tráfico de drogas, lavagem de capitais e organização criminosa, foi beneficiado por decisão proferida liminarmente, durante período do feriado nacional. Mesmo com extensa ficha criminal, a decisão do magistrado foi pela prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica”, confirmou o órgão.
O magistrado é o desembargador Divoncir Schreiner Maran, que concedeu habeas corpus para o narcotraficante Gerson Palermo no dia 21 de abril de 2020. No feriadão de Tiradentes, o bandido condenado a 126 anos de prisão rompeu a tornozeleira e fugiu. Até hoje a PF não tem pistas do narcotraficante.
“Considerando uma possível conduta criminosa, as investigações foram ampliadas, chegando a novos suspeitos, os quais apresentaram indícios de participarem em ações na tentativa de ocultar ou elucidar uma eventual confusão patrimonial”, informou o fisco.
De acordo com a PF, o desembargador fica proibido de ter acesso às dependências do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, em quaisquer de suas sedes, além da comunicação com funcionários e utilização de seus serviços, seja diretamente ou por interposta pessoa, sob pena de decretação da prisão preventiva.
A ocultação de patrimônio envolve a cônjuge do desembargador e filhos, advogados e um ex-empregado, conforme o organograma divulgado pela Receita Federal do Brasil.