Catorze homens e uma mulher podem disputar a Prefeitura de Campo Grande nas eleições deste ano. Além de assumir o orçamento de R$ 4,3 bilhões e 27 mil funcionários, o vencedor terá a difícil missão de comandar a gestão do município no cenário pós-pandemia, com muitas demandas, mas com receita enxuta por causa da maior crise econômica mundial em 100 anos.
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O coronavírus chegou no momento em que a Cidade Morena começava a equilibrar as finanças e a ter condições de planejar o futuro após os quatro turbulentos anos da gestão anterior, marcada pela cassação e retorno de Alcides Bernal (Progressistas) e pelo afastamento e prisão de Gilmar Olarte (sem partido).
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Em 2021, o novo gestor terá o desafio de administrar as demandas reprimidas, como a defasagem salarial do funcionalismo público municipal, a falta de recursos para dar contrapartida nos investimentos federais e a eterna crise na saúde, agravada pela pandemia.
Marquinhos Trad (PSD) surge como favorito na disputa da reeleição, mas vai enfrentar a oposição feita por um exército, que inclui candidatos de centro, direita, extrema direita, esquerda e extrema esquerda.
A esquerda vai dividida. PT, PCdoB, PSOL e PDT prometem ter nomes próprios na urna. Como o partido Aliança pelo Brasil não foi fundado a tempo, os eleitores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) devem se dividir entre as candidaturas de diversos partidos de direita e extrema direita.
Abaixo, confira os pré-candidatos a prefeito da Capital nas eleições deste ano:
Marquinhos Trad (PSD)
Marquinhos Trad é advogado, formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor universitário e atualmente prefeito de Campo Grande. Começou a vida pública como diretor da Secretaria de Assuntos Fundiários, depois se elegeu vereador e deputado estadual por três mandatos.
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“O nosso foco no momento é enfrentar a pandemia. Nossas ações estão direcionadas a este objetivo, cumprindo a responsabilidade que nos foi dada de administrar nossa cidade.”
Marcelo Miglioli (SD)
Marcelo Miglioli é engenheiro pela UFMS e bacharel em Direito pela UCDB. Começou sua carreira profissional nas empresas Engesul e E.M.P Construtora. Foi secretário de Infraestrutura do Governo (2015-2018), onde planejou e coordenou a execução de 1.500 obras públicas. Na última eleição, foi candidato a senador e obteve 347.861 votos.
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“Porque a cidade parou. Nos últimos 3,5 anos, a maioria dos problemas foram varridos para baixo do tapete (saúde, transporte coletivo, infraestrutura nos bairros, educação e desenvolvimento econômico) e nem sequer projeto tiveram coragem de fazer. A ‘grande obra’ da atual gestão é a revitalização do Centro, um projeto de mais de 11 anos atrás e que estava praticamente aprovado pelo BID.”
Márcio Fernandes (MDB)
Márcio Fernandes é produtor rural e médico veterinário e presidente da Comissão da Agricultura e Pecuária da Assembleia Legislativa há 13 anos. Ele se elegeu deputado estadual aos 27 anos, tornando-se o mais jovem a integrar o legislativo estadual.
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“Sempre tive esse desejo e me preparei para isso nesses quatro mandatos de deputado estadual. Tenho convicção que apresentarei no momento correto o melhor plano de governo para Campo Grande. Tenho um programa inovador e transformador.”
Marcelo Bluma (PV)
Marcelo Bluma é formado em engenharia civil pela UFMS e advogado. Ele foi vereador de Campo Grande por três mandatos, de 2001 a 2012, e é filiado ao PV desde 2002. Bluma foi candidato a governador nas eleições de 2018. Atualmente, trabalha em seu escritório como profissional liberal, atuando no mercado imobiliário, especificamente nas áreas de engenharia e direito.
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“Basicamente porque discordo da forma como a cidade vem sendo conduzida pelo atual prefeito e equipe. A administração não é realizada com base em planejamento e por isso os resultados obtidos apresentam baixa eficiência. São visíveis os problemas crônicos na atenção básica da saúde, no transporte de massa, no trânsito, na drenagem pluvial, … . Assim, quero ser prefeito para implantar uma nova forma de administrar Campo Grande, baseada nos princípios da sustentabilidade, capaz de resolver os problemas do dia a dia das pessoas e que garanta mais qualidade de vida à população.”
Guto Scarpanti (Novo)
Guto Scapanti cursou o ensino médio na Jackson Academy of Applied Technology em 1999 e formou-se em MBA em Gestão Pública e Gestão de Micro e Pequenas Empresas pela Uniderp. Fez o curso de formação política do RenovaBR Cidades e é o único que precisou ser aprovado em processo seletivo do partido, o Novo, para ser candidato a prefeito. Ele fundou e foi sócio de pizzaria, cooperativa de transporte e de empresa de tecnologia.
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“Porque Campo Grande precisa de um prefeito que não tenha os vínculos e compromissos eleitorais com a velha política e assim ter a liberdade de montar uma equipe técnica de qualidade e enxuta para gerir as secretarias com eficiência entregando os serviços públicos com a qualidade que precisamos. O momento político pede renovação e não existe renovação com candidatos que estão há décadas na vida pública.”
Pedro Kemp (PT)
Pedro Kemp é professor, filósofo, psicólogo e mestre em Educação. Foi vereador em Campo Grande, secretário estadual de Educação e está no sexto mandato de deputado estadual. Tem atuação parlamentar voltada para as políticas sociais, defesa dos direitos e promoção da cidadania.
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“Quero ser candidato a prefeito de Campo Grande para inaugurar um novo tempo na administração municipal, com uma gestão ética, que promova a participação popular, induza o desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental e priorize as políticas sociais, visando a redução das desigualdades sociais e a garantia do acesso de todos a serviços públicos de qualidade.”
Dagoberto Nogueira (PDT)
Dagoberto Nogueira é advogado e administrador. Ele foi secretário estadual de Segurança Pública e diretor-presidente do Detran. Um dos destaques foi a lei seca, instituída em 2003. Também foi secretário de Justiça, Trabalho e Ação Social, quando criou a Universidade do Trabalho e implantou 17 creches. Já foi deputado estadual e está no 3º mandato como deputado federal.
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“É na cidade que residimos e que convivemos que começamos a construir o Brasil que sonhamos e acreditamos. Com a discussão na mesa, sem roubalheira, creio que o nosso projeto pode ser apresentado, tenho um sonho de administrar essa cidade e sei que minha experiência, disposição e amor por essa cidade com certeza será um grande diferencial.”
Esacheu Nascimento (Progressistas)
Esacheu Nascimento é promotor de Justiça aposentado e ex-presidente da Santa Casa. Na administração pública, comandou a Secretaria Estadual de Justiça, Trabalho e Ação Social. Também foi secretário executivo do Ministério da Integração Nacional, chegando ao posto de ministro interino.
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“Quero ser candidato para ser o prefeito da saúde. Na Santa Casa, encaramos as dificuldades e entregamos um hospital muito melhor para a sociedade. Vou usar essa experiência para melhorar toda a rede de saúde, para que a população tenha atendimento digno. A geração de emprego e a atração de novos negócios também serão prioridade em nossa gestão. Não dá para ficar no marasmo, precisamos de empresas que realmente ajudem a conduzir a nossa capital ao progresso.”
Sérgio Harfouche (Avante)
Sergio Harfouche é procurador de Justiça (atualmente licenciado). Tem formação acadêmica em Direito e Teologia, com pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior. Na última eleição, estreou na política como candidato ao Senado. Não venceu a disputa, mas foi o mais votado em Campo Grande.
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“Me vejo preparado para essa disputa. O que me motiva também é fortalecer nas Capitais, a partir de Campo Grande, um governo democraticamente eleito à presidência da República e que necessita desse apoio, desse amparo, dentro dessa nova perspectiva de moralizar, transformar a política nacional. Com aplicação adequada dos recursos, formação de um grupo de gestão de primeira linha, técnico sobretudo e de excelência. Além de valorizar a família brasileira, a fé em Deus e as boas práticas. É o que me traz à essa disputa.”
Sérgio Murilo (Podemos)
Sérgio Murilo Nascimento Mota, 57 anos, é engenheiro civil, empreendedor dono das empresas Prática Engenharia e Leal Brasil, que juntas empregam mais de 600 funcionários em várias regiões do Brasil e possui contrato com a Petrobrás. Foi presidente da Lotesul na gestão de Wilson Barbosa Martins (MDB).
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“Eu quero ser prefeito para contribuir com a cidade onde tenho raízes, construí minhas empresas e encaminhei meus filhos. Quero usar minha gestão de sucesso como empresário para fazer de Campo Grande uma referência de cidade com bons exemplos.”
Vinícius Siqueira (PSL)
Vinícius Siqueira foi professor de Matemática e Física e é oficial de Justiça desde 2004. Ele é formado em Direito pela UCDB e com pós-graduação em Direito Processual, Transações Imobiliárias e Prevenção e Repressão à Corrupção. Atualmente, Siqueira está no primeiro mandato de vereador de Campo Grande.
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“O que me move é a indignação. Vejo uma administração sem rumo, que não fiscaliza suas concessionárias, exemplo disso foram as Operações Esgoto e Diesel, e que não administra com dados e decisões técnicas, sendo obrigada a voltar atrás várias vezes. Podemos citar como exemplo o número de decretos sobre a COVID, que foram editados, revogados e reeditados. Uma verdadeira aula de como não se administrar. Se hoje há uma boa chance de mudar os rumos de Campo Grande, esta chance está com o PSL.”
Mário Fonseca (PCdoB)
Mário Fonseca é advogado e formou-se em Direito na Universidade Estadual de Maringá. Ele foi presidente da União Paranaense dos Estudantes e diretor da UNE (União Nacional dos Estudantes). Em 2014, foi candidato a deputado federal. Em 2016, foi candidato a vice-prefeito da capital. Entre 2015 e 2016, foi superintendente da Agência Nacional de Mineração (antigo DNPM). Em 2018, foi candidato a senador.
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“Quero ser prefeito não por desejo pessoal ou mesmo do meu partido, mas porque muito outros campo-grandenses querem que eu seja. Quero representar ideais, sonhos aspirações e um programa concreto de mudanças de interesse da comunidade, principalmente dos que mais precisam da presença do Poder Público.”
Paulo Matos (PSC)
Paulo Matos é produtor rural e empresário. Ele foi presidente da EMHA (Agência Municipal de Habitação) até 2012, quando diz ter entregue 18 mil moradias. Matos foi diretor da ABC (Associação Brasileira de Cohabs e Afiliados) e diretor do Fundo Municipal de Habitação e do FUNAF (Fundo de Urbanização das Áreas Faveladas).”
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“São vários os fatores que inviabilizam o desenvolvimento do cidadão. É fácil concluir que a prefeitura não lhes devolve o que lhe é de direito, por isso, entrego sob forma de minha pré-candidatura, a bagagem técnica na gestão pública, aliada à novos conceitos tecnológicos e experiência em liderar pessoas para gerir de maneira transparente os recursos municipais, criando um movimento que construirá a Campo Grande que todos nós sonhamos.”
Wilton Acosta (Republicanos)
Wilton Acosta é pastor e foi diretor-presidente da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) de 2014 a 2017. Teve grande atuação nacional na luta contra a PLC 122, onde junto com as lideranças religiosas enfrentaram a esquerda no projeto que queria criminalizar o direito a opinião das igrejas. Concorreu como Deputado Federal em 2018 onde teve 34.062 votos.
Por que deseja ser prefeito de Campo Grande?
“Esse é o meu compromisso com essa eleição, é recuperar os anos perdidos de gestões passadas e principalmente renovar as esperanças do povo campo-grandense, está na hora da mudança e ela deve partir de nós mesmos. Minha candidatura representa a indignação com a perpetuação de poder exercida sempre pelos mesmos grupos que sempre dominaram CG e a política do MS.”
PSOL lança a única candidata mulher nas eleições deste ano
A disputa conta com 15º nome, a única mulher na disputa, a psicóloga Cris Duarte (PSOL). Atuando há 12 anos nos movimentos sociais, ela é diretora da revista Empodere e está filiada ao partido desde o ano passado. A pré-candidata tem pós em Saúde Pública. O Jacaré tentou contato com a candidata, mas não a localizou.