A Polícia Federal indiciou o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e outros integrantes da suposta organização criminosa, que causou prejuízo de R$ 150 milhões aos cofres públicos, por nove crimes. Eles correm risco de serem condenados a penas entre 13 e 63 anos de prisão, considerando-se as punições previstas no Código Penal.
Os crimes foram detalhados no final da manhã de hoje durante a apresentação da Operação Máquinas de Lama, a 4ª fase da Operação Lama Asfáltica. Puccinelli colocou tornozeleira eletrônica e deve pagar R$ 1 milhão de fiança para não ser alvo de novas restrições, que pode chegar a prisão preventiva, o pedido feito inicialmente pelo Ministério Público Federal.
Segundo a força-tarefa, os alvos da operação vão responder pelos seguintes crimes:
– peculato, artigo 312 do Código Penal, com pena de 2 a 12 anos de reclusão;
– corrupção ativa, de 2 a 12 anos de prisão;
– corrupção passiva, de 2 a 12 anos de reclusão;
– estelionato, de 1 a 5 anos de reclusão;
– lavagem de dinheiro, de 3 a 10 anos;
– integrar organização criminosa, de 3 a 12 anos;
– também vão responder por crimes cometidos contra o sistema financeiro, como a ocultação de bens e outras medidas para disfarçar enriquecimento ilícito e acúmulo de patrimônio.
Desta vez, a operação chegou a grandes empresas, como a JBS e Eldorado Celulose, que pagaram propinas para o grupo do ex-governador em troca da isenção fiscal até 2028.
Empresas que firmaram contratos vantajosos com o Governo estadual e tiveram crescimento substancial de patrimônio também foram alvos da ação, como o Grupo Holsback, dono da H2L Soluções e HBR Medical, a Digix (Digitho Brasil), a Ice Cartões e Águas Guariroba.
O dono do conglomerado Holsback, Rodolfo Holsbach, foi preso porque os policiais encontraram munições na sua residência. Ele é dono da H2L Soluções, HBR Medical e uma construtora na Capital.
Desde a primeira ação, em julho de 2015, a PF já apontou suposto desvio de R$ 200 milhões pela organização criminosa investigada na Lama Asfáltica.