O Governo do Estado deverá promover reajuste salarial de 14% a 23% nos salários dos cerca de 6 mil servidores administrativas da educação a partir de janeiro de 2022. A categoria será uma das principais a ser beneficiada pelo pacote previsto para ser encaminhado na próxima semana à Assembleia Legislativa pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Os salários dos 75 mil funcionários estaduais estão congelados desde 2018.
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O reajuste será o primeiro e último do segundo mandato do tucano. A situação não foi muito diferente no primeiro mandato, quando os servidores só tiveram dois reajustes pífios, que somaram 6%. Com a disparada da inflação neste ano, a defasagem salarial do funcionalismo público deve superar 35% em Mato Grosso do Sul.
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Durante reunião com os representantes dos trabalhadores administrativos nas escolas, o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, e o adjunto da Administração, Édio Viegas, oficializaram o plano de reestruturação da carreira, a incorporação do abono e do vale alimentação.
De acordo com o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), Jaime Teixeira, o aumento salarial deverá oscilar entre 14% e 23% a partir de janeiro. Já o Sinfae (Sindicato dos Funcionários Administrativos da Educação) estima que o reajuste será de 14,4% a 17,8%. No entanto, o projeto deve ser encaminhado neste mês à Assembleia e aprovado em novembro pelos deputados estaduais. “O salário estava congelado desde 2018”, destacou Teixeira.
“O Governo prometeu um tratamento diferente aos administrativos da educação porque eles ficaram muito tempo sem reajuste”, emendou a presidente da Feserp (Federação dos Servidores Públicos), Lilian Fernandes.
Já os professores efetivos vão ter o reajuste conforme a lei aprovada em 2019, que estendeu o prazo para a administração estadual pagar 100% do piso nacional para a jornada de 20 horas. A legislação prevê aumento de 2% para os docentes concursados neste mês. Novo reajuste deverá ocorrer em janeiro, mas o percentual depende da correção do piso nacional do magistério.
Jaime Teixeira prevê que o índice de reajuste do piso nacional do magistério será alto porque o valor ficou congelado neste ano. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez manobra para corrigir o valor, mas será obrigado a repor o índice acumulado no início de 2022. Cerca de 9 mil dos 18 mil professores são efetivos.
A Fetems cobrou o Governo do Estado a correção no valor pago aos cerca de 8 mil professores convocados, que passaram a receber 32% menos em julho de 2019. Reinaldo decidiu cortar o salário do magistério como parte da política de contenção de gastos e acabou com o vínculo automático entre os salários dos temporários e efetivos.
A Fersep prevê reajuste expressivo para os agentes educadores, responsáveis pelas Uneis (Unidades Educacionais de Internação). Em 2018, a categoria teve o nível de escolaridade elevado de médio para superior. No entanto, não houve aumento no salário. O Governo também deverá ser generoso nos reajustes previstos para os policiais militares e bombeiros. Os índices ainda não foram oficializados.
Aos secretários, o governador tem dito que pretende acabar com a política de pagamento de abono, instituída como paliativa para evitar reajuste salarial. “Eu criei o abono, eu vou resolver o abono”, teria prometido.