Uma mulher de 28 anos assumiu a autoria do misterioso assassinato do advogado Daniel Nantes Abuchaim, 46 anos, ocorrido na tarde de segunda-feira em Campo Grande. Dono de sete empresas e com patrimônio avaliado em R$ 1,6 milhão, ele foi superintendente de gestão da Tecnologia da Informação da Secretaria de Fazenda na gestão de André Puccinelli (MDB).
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O corpo do empresário foi localizado nu e com diversos ferimentos pelo corpo em uma estrada vicinal próxima do Parque dos Poderes.
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Conforme a Polícia Civil, Nantes foi assassinado dentro de um motel no Jardim Noroeste e o corpo foi desovado a sete quilômetros do local. Ele foi morto com golpes de faca na cabeça, pescoço e tórax.
Ao iniciar a investigação, o delegado Geraldo Marin Barbosa, da 3ª Delegacia de Polícia, descobriu uma trama, no mínimo, curiosa. A acusada pelo crime é Fernanda Aparecida da Silva Sylvério, 28 anos, casada com uma mulher.
Conforme detalhe dos depoimentos divulgados pelos jornais e sites da Capital, ela alegou que matou Abuchaim para se vingar de assédio. Ele conhecia o casal há cerca de um ano e vinha insistindo para transar com as duas mulheres.
Cansada do suposto assédio sexual, Fernanda convidou Daniel para sair na segunda-feira. Ela o pegou em sua residência no Jardim Flamboyant, na saída para Três Lagoas, e foram para um motel no Bairro Noroeste, na mesma região.
De acordo com o relato da acusada, ela esperou Daniel tomar banho e o convenceu a fazerem sexo no carro. Dentro do veículo, ela o teria golpeado com a faca. Depois, teria voltado ao motel, comprado toalha para se limpar e depois deixou o corpo na estrada vicinal.
Fernanda está com a prisão preventiva decretada pela Justiça e garante que não teve a participação de outra pessoa no assassinato.
Daniel Nantes Abuchaim chegou a ser denunciado por improbidade administrativa junto com André Puccinelli, o ex-secretário estadual de Fazenda, Mário Sérgio Lorenzetto, e o empresário João Roberto Baird, dono da Itel Informática e conhecido como “Bil Gates Pantaneiro”.
O juiz Marcel Henry Batista de Arruda, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, recebeu a ação, mas o Tribunal de Justiça determinou a suspensão do processo a pedido da defesa do ex-governador.
O irmão de Daniel é um dos donos da Master Case Digital, que tem contratos milionários com o Governo do Estado e teve o contrato com o Detran suspenso após a Operação Antivírus, que apura suposto esquema de corrupção no órgão de trânsito.
Não é o primeiro personagem envolvido em escândalo político no Estado cujo assassinato levanta teorias conspiratórias.
Depois de renunciar ao mandato de vereador após se envolver em um escândalo sexual, Alceu Bueno foi morto por um trio em 20 de setembro de 2016. Conforme a polícia, ele tinha um caso com Kátia Almeida Rocha, que o atraiu para o local do crime. O corpo do ex-parlamentar foi queimado pelos criminosos.
No dia 2 de fevereiro deste ano, o ex-agiota Salem Pereira Vieira, 38 anos, um dos principais responsáveis pela condenação do ex-prefeito Gilmar Olarte a oito anos de prisão, foi metralhado ao deixar o filho na creche no Bairro Guanandi.
Felizmente, Vieira teve sorte e sobreviveu ao atentado apesar de ter sido atingido por sete tiros. O motivo do atentado não foi revelado pela polícia até hoje.
Outro caso que fez surgir dezenas de teorias conspiratórias foi o acidente que matou o diretor do Frigorífico Buriti, Eduardo Chramosta, 37 anos, em maio do ano passado. Ele morreu após capotar a caminhonete na BR-262, entre Terenos e Campo Grande.
O acidente ocorreu dois dias após a divulgação da delação premiada da JBS, que acusava vários políticos de pagamento de propina e caixa dois. A empresa era acusada de fornecer mais de R$ 12 milhões em notas fiscais frias para esquentar a propina paga ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Na ocasião, a perícia constatou que Eduardo não teve fratura e morreu por asfixia mecânica. A polícia não encontrou indícios de crime nem da participação de outro veículo no acidente.
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