Leal, fiel e sem escrúpulos para defender o atual Governo, aprovado por apenas 3% dos brasileiros, o deputado federal Carlos Marun (PMDB) só conseguiu emplacar o ex-assessor na administração regional da Fundação Nacional do Índio de Campo Grande após nove meses de espera. O pior de tudo, o órgão não tem orçamento, conta com aproximadamente 20 funcionários e não é uma máquina de votos.
A nomeação de Paulo Rios Júnior ocorreu nesta quinta-feira. Formado em gestão pública, o principal cargo público que exerceu para habilitá-lo a chefiar a Funai foi o cargo de assessor de Marun.
Cansado de esperar pelo presidente Michel Temer (PMDB), o deputado ficou surpreso com a nomeação. Em entrevista ontem ao Campo Grande News, os dois informaram que vão decidir se aceitam ou não o novo desafio em reunião marcada para este fim de semana.
Rios causa calafrios entre os 20 funcionários do órgão na Capital, que estavam mobilizados desde dezembro do ano passado contra a sua indicação. Assim como ignora a opinião pública, indignada com as denúncias sem fim de corrupção contra o atual Governo, Marun pouco se lixou para a revolta dos servidores e de parte dos indígenas.
O deputado repetiu Mario Jorge Lobo Zagalo, o lendário técnico da seleção brasileira, com a famosa frase “vão ter que me engolir”.
A administração da Funai de Campo Grande abrange 15 mil índios. Existem três grandes áreas de conflito: Sidrolândia (briga pela ampliação da Reserva Buriti), Aquidauana (reserva Taunay) e Miranda.
Além dos conflitos, que podem se acirrar com a nomeação de um “estranho”, a fundação não dispõe de recursos nem estrutura para atender a demanda dos índios.
A área médica, que poderia render alguns votos, fica com a Secretaria Especial de Saúde Indígena, mais vinculada à Fundação Nacional de Saúde.
Com a nomeação, tão esperada pelo peemedebista, Temer contempla o fiel aliado, o seu “Pit Bull”, com um presente de grego.
Temer gosta de contemplar os fieis aliados com “cargos espetaculares”. O deputado federal Geraldo Resende (PSDB) ganhou a administração da Funai em Dourados, região com vários focos de conflito entre índios e produtores rurais.
Em Mato Grosso do Sul, o ex-governador André Puccinelli (PMDB) é o principal articulador dos cargos federais, como DNIT, Incra, Funasa, Ibama, Agricultura, INSS e Trabalho.
Não é a toa que o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM), que vem buscando viabilizar a pré-candidatura a governador com o apoio dos primos Trad, perdeu os cargos após votar pela investigação de Temer por corrupção passiva.
O parlamentar não foi punido apenas por ter votado contra o presidente da República, mas como reflexo do xadrez político que começa a ser construído de olho em 2018. Ele ficou com os cargos no Ibama e no Hospital Universitário.
Agora, a Câmara dos Deputados se prepara para votar a segunda denúncia contra o presidente, desta vez por chefia organização criminosa e obstrução da Justiça.
Como a esperança é a última que morre, não custa torcer para que os deputados Marun, Tereza Cristina Corrêa da Costa (PSB), Geraldo Resende e Elizeu Dionizio, ambos do PSDB, não virem as costas para a população e votem para manter a impunidade em alta no Brasil.
A torcida continua para que Dagoberto Nogueira (PDT), Mandetta, Zeca do PT e Vander Loubet (PT) não mudem de opinião e continuem votando para que a investigação prossiga e o Brasil dê um basta no crime organização, na roubalheira, na impunidade,…
Chega de passar vergonha como a república dos bandidos.