O empresário José Alberto Miri Berger, dono da Braz Peli, enfrenta dezenas de ações de cobrança na Justiça, desde notas promissórias até empréstimos não pagos, dos bancos do Brasil, Bradesco e Santander e de fundos de investimento, como WP, Daniele VP e Valor. No entanto, eles não são alvos de nenhuma ação de cobrança de ICMS por parte do Governo estadual.
Se ele sabia que a empresa movimentou R$ 215 milhões desde 2014 sem recolher ICMS, por que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) não acionou o Poder Judiciário para executar a dívida? Por que não encaminhou à Polícia Federal ou à Receita Federal a suspeita de que o grupo usava seis empresas fantasmas para simular a compra de couro bovino.
De acordo com Reinaldo, o empresário que gravou um vídeo, em paga suposta propina, é sonegador de impostos e fraudador. No entanto, o mesmo vídeo causou a queda de Sérgio de Paula, amigo de muito tempo do tucano, do cargo de chefe da Casa Civil.
É estranho que a Secretaria Estadual de Fazenda tenha conhecimento de denúncias gravíssimas e não as tenha encaminhado para apuração dos órgãos competentes, no caso, da Polícia Federal e o MPE.
Segundo denúncia feita pelo Fantástico, da TV Globo, Berger pagou R$ 500 mil para o então chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, para manter o incentivo fiscal para a empresa, instalada em Campo Grande. Ele decidiu gravar a conversa e, chutar o pau da barraca, após ser cobrado para fazer o pagamento mensal de propina, no valor de R$ 150 mil.
Ele disse que começou a ser alvo da extorsão após procurar o governador, que é vizinho de prédio, e pedir ajuda. Reinaldo o encaminhou para Sérgio de Paula, que definiu o mensageiro da propina, o corretor de gado José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco, que recebeu o dinheiro.
Somente após pagar R$ 500 mil, supostamente a título de propina, Berger gravou a conversa com Polaco, na qual pagou R$ 30 mil. Ele diz que o ex-secretário iria ficar com o dinheiro e ainda que o esquema tinha aval do chefe do Poder Executivo.
Acuado pelas denúncias, Reinaldo partiu para o ataque e acusa Berger de sonegar impostos e fraudar notas. No entanto, apesar de ter conhecimento do esquema desde 2015, o governador não foi à Justiça para cobrar o imposto não pago pela Braz Peli.
As principais ações de cobrança contra Berger e Braz Peli:
Valorem Securitizadora de Crédito – R$ 438,6 mil
Bradesco – R$ 83,5 mil
Fundo de Investimentos D.C. M. Daniele LP – R$ 2,540 milhões
Banco do Brasil – R$ 818,8 mil
Banco do Brasil – R$ 712,8 mil
Romualdo Nunes Cavalheiro – R$ 206,8 mil
Fundo de Investimentos D.C.M. Valor – R$ 411,3 mil
Ações movidas por Berger contra:
Bradesco – R$ 2,040 milhões
Romualdo Nunes Cavalheiro – R$ 1,260 milhão
Santander – R$ 556,8 mil