A criação da federação entre o Progressistas e o União Brasil vai unir, novamente, as senadoras Tereza Cristina (PP) e Soraya Thronicke (UB) em Mato Grosso do Sul. Há dois anos, a fusão do PSL com o Democratas uniu as duas caciques, mas a ex-ministra da Agricultura liderou a debandada e esvaziou o partido chefiado pela ex-bolsonarista.
Agora, a articulação para formar um colegiado das duas siglas vai inverter o jogo e Tereza Cristina vai assumir o comando do grupo político em Mato Grosso do Sul. Pela regra da federação, os dois partidos vão caminhar unidos pelos próximos quatro anos e só poderão lançar um candidato a prefeito, por exemplo.
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Chamada de União Progressista, a federação entre o PP e o União Brasil foi articulada pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e pelo senador Ciro Nogueira. O colegiado passará a ter 108 deputados e vai superar o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, na Câmara dos Deputados e ter a primazia em assumir a Comissão de Orçamento.
Inicialmente, em nível nacional, a federação será presidida pelo União Brasil de Luciano Bivaar. Já em Mato Grosso do Sul, o comando ficará com Tereza Cristina, porque o PP conta com dois deputados estaduais, 21 prefeitos, um deputado federal e 78 vereadores. O União Brasil tem apenas um deputado estadual e 50 vereadores.
Quando houve a criação do União Brasil, em 2021, Tereza Cristina era do DEM e liderou a debandada da nova sigla, deixando Soraya isolada. As duas eram aliadas de Bolsonaro, mas Soraya acabou virando uma das maiores críticas do ex-presidente. A progressista permanece fiel a Bolsonaro.
Agora, as duas vão caminhar juntas nas próximas duas eleições. Na prática, Soraya vai precisar do apoio de Tereza para disputar a reeleição do Senado em 2026. Nenhuma das duas se manifestou ainda sobre a federação, que deverá ser anunciada nesta semana.