Tomar um café logo após o despertar é um hábito comum e que pode ajudar a prevenir problemas cardíacos. A medida correta é de duas a três xícaras por dia, como apontam três pesquisas divulgadas nesta semana durante a 71ª Sessão Científica Anual do American College of Cardiology, que ocorreu em Washington.
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Os estudos revelam que, ao contrário de suposições, o café não agrava problemas do coração ou acelera o desenvolvimento de doenças cardíacas. De acordo com Peter Kistler, professor pesquisador do Instituto de Melbourne, Austrália, a crença resulta de estudos que comprovam haver no café elementos que aceleram a frequência cardíaca. Kistler, que falou à revista da Associação Americana para o Avanço da Ciência, o café pode ser incluído em uma dieta saudável.
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Estudo avaliou 10 anos de rotina de pacientes
Os três estudos comandados por Kistler ocorreram com base no banco de dados da instituição UK BioBank, com a análise de pacientes acompanhados com período mínimo de 10 anos. Foram avaliadas as rotinas de consumo de café em pessoas que tomavam de uma a seis xícaras da bebida. Houve a busca de pacientes em acompanhamento a arritmia cardíaca, doença cardiovascular, doença coronariana, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca.
A partir desses parâmetros foram examinados os dados de 382.535 pacientes sem doenças cardíacas conhecidas e o papel que o café desempenhou para o desenvolvimento de patologias a elas ligadas. Na análise ficou apontado que quem toma duas ou três xícaras de café ao dia têm risco reduzido de 10% a 15% no desenvolvimento de doenças coronarianas, insuficiência cardíaca ou alterações no ritmo cardíaco. Entre as pessoas que apontaram beber até uma xícara de café ao dia, foi apontada a redução do risco de acidente vascular cerebral.
Já no segundo estudo foram avaliados 34.279 indivíduos que apresentavam alguma doença cardiovascular. Para esse grupo, foi apontada a redução das chances de óbito em decorrência da doença cardíaca a partir da ingestão de duas ou três xícaras de café ao dia.
No terceiro estudo, que incluiu 24.111 pessoas, não foram apontadas observações quaisquer riscos associados à ingestão de qualquer quantidade da bebida.
Café pode e deve ser incluído em uma dieta regular
A partir dos resultados, o pesquisador Peter Kistler, enfatiza a possibilidade de inclusão do café em uma dieta regular. Ele destaca, contudo, que as pessoas não devem aumentar a ingestão da bebida, o que pode deixá-las ansiosas e desconfortáveis.
“Existe toda uma gama de mecanismos pelos quais o café pode reduzir a mortalidade e ter esses efeitos favoráveis nas doenças cardiovasculares”, disse ele. “Os bebedores de café devem se sentir seguros de que podem continuar a desfrutar do café mesmo que tenham doenças cardíacas. O café é o potenciador cognitivo mais comum – ele te acorda, te deixa mentalmente mais aguçado e é um componente muito importante da vida diária de muitas pessoas.”
Fazer exercícios e alimentar-se bem ainda é o melhor conselho
O estudo não apontou se a cafeína é responsável por quaisquer benefícios de saúde e os pesquisadores enfatizam que o mais importante para preservar a saúde é manter uma dieta equilibrada e exercícios físicos regulares.