Vereador mais votado nas eleições do ano passado, o vereador Tiago Vargas (PSD) surpreendeu os seguidores, nesta quarta-feira (22), ao expor publicamente como sofreu com a depressão. Ele admitiu que resistiu por mais de ano para vencer o preconceito e procurar a ajuda. Para vencer o mal do século, como é muitas vezes definida, ele contou com auxílio profissional, uso de medicamentos e da fé.
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“Essa foto é de maio 2019, eu estava com 120 quilos, sem vontade de viver. Por muitas vezes pensava em ceifar a minha VIDA; pois acreditava que não existia mais saída (fui muito perseguido por lutar contra corrupção estando dentro da Polícia Civil)”, postou.
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O problema começou em agosto de 2017, quando a Polícia Civil o transferiu, ex ofício, de Campo Grande, onde acabara de ser transferido de Coxim, para Pedro Gomes. “Na época, começou a luta entre o meu eu e um eu que não conhecia”, relembra. “Não é frescura, nem moagem ou doença de rico”, frisou, sobre a depressão, apontado como a 4ª causa da morte de jovens de 15 a 29 anos.
“Não tenho vergonha de falar que mesmo sendo policial civil na época dos fatos, busquei ajuda psicológica, tomei medicamentos, recebi ajuda de muitos amigos; mas o fator principal da minha libertação foi através do agir do nosso Senhor Jesus Cristo”, escreveu.
No entanto, o vereador resistiu em busca ajuda. Ele apenas aceitou procurar ajuda médica em outubro de 2018. “Eu relutei em procurar ajuda. Passei de 68 para 120 quilos, ganhei peso muito rápido”, contou. “Não queria cuidar da minha parte física nem espiritual”, afirmou.
Tiago contou que várias vezes pensou em suicídio. “Passei a acreditar que não tinha mais saída, pressionado por todos os lados”, disse. Ele pensava em jogar o carro no precipício, no rio em Coxim ou contra uma carreta no percurso entre a Capital e Pedro Gomes.
No período, Vargas ganhou fama ao postar vídeos cobrando ética e denunciando os casos de corrupção. As manifestações causaram a fúria do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que levou a abertura de aproximadamente dez sindicâncias contra o então policial civil.
“Tomei vários medicamentos, vivia sedado”, relembra o vereador. Ele fez o tratamento até abril de 2019. “Você não está e nunca estará sozinho, existem milhares de pessoas espalhadas pelo mundo intercedendo por você através de orações”, aconselha, frisando que a depressão tem cura e pode ser vencida. O importante é procurar ajuda.
Vargas frisou que o apoio dos amigos, da mãe, Mercedes Vargas, e da igreja foram fundamentais para ter forças para superar a doença. “Depressão não tem cara. Algumas vezes, a pessoa está sorrindo, feliz, mas no fundo, sente-se muito triste e só”, explicou.
“A pessoa não deve ficar com medo de se expor”, aconselhou. Aliás, o entrevero ocorrido durante a perícia médica na Ageprev foi a causa da sua demissão da Polícia Civil em julho do ano passado. O Governo tucano considerou o boletim de ocorrência feita pelo então vereador Lívio Leite, o Dr. Lívio (PSDB), que acusou Tiago de fazer ameaças e reagir com violência contra a equipe médica.
Além de vencer a depressão, Vargas acabou se elegendo vereador da Capital no ano passado, com 6.202 votos. “Eu sou prova viva de que a depressão tem cura”, ressaltou, orgulhoso de servir de exemplos para outras pessoas.
A depressão acaba se manifestando mais durante as festas de fim de ano. O primeiro passo é admitir o problema. O segundo é buscar ajuda.
Em Campo Grande, alguns grupos ajudam as pessoas a enfrentar o problema:
GAV (Grupo Amor Vida):
(67) 3383-4112 (fixo)
(67) 9 9973-8682 (Vivo)
(67) 9 9266-6560 (Claro)
Ou o CVV (Centro de Valorização da Vida):
Telefone: disque 188
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