Os políticos do Democratas em Mato Grosso do Sul decidiram se unir para tirar o comando do União Brasil, sigla a ser criada a partir da fusão com o PSL, da senadora Soraya Thronicke (PSL). O grupo decidiu fazer uma espécie de chantagem: ou a ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias fica com a presidência do novo partido ou haverá debandada em bloco no Estado.
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No sábado passado, em Campo Grande, o diretório regional do DEM reuniu os dois deputados estaduais, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, e Zé Teixeira, os dois vereadores da Capital, Professor RIverton e Silvio Pitu, 15 prefeitos e a ministra para discutir a fusão. Por unanimidade, eles decidiram que só vão permanecer no União Brasil se Tereza Cristina for nomeada presidente do diretório regional em Mato Grosso do Sul.
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“Em bloco, evidente que sabemos do diálogo, de espaço para o PSL, mas é uma condição para a permanência”, confirmou Barbosinha. “Nós tivemos as reuniões em Brasília (DF) com as votações dos diretórios nacionais e precisava dessa reunião aqui no Estado, que mostrou unidade. Ou vamos ficar em bloco, ou vamos sair em bloco”, confirmou a ministra.
A ameaça de debandada inclui até o vice-governador Murilo Zauiht (DEM), que pode assumir o comando do Estado a partir de abril de 2022. Em recuperação da covid-19 em Dourados, ele mostrou-se unido ao grupo ao participar do encontro por telefone.
A decisão do grupo pode tirar a densidade eleitoral da União Brasil no Estado, já que o grupo controla 15 prefeituras, tem dois deputados estaduais e dois vereadores na Capital. A princípio, o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, que deverá assumir o comando do União Brasil, não teme a debandada.
Ele teria garantido que Soraya Thronicke vai ser nomeada presidente do novo partido no Estado. A senadora até vem articulando para reforçar a sigla ao convidar a deputada federal Rose Modesto, atualmente no PSDB, para se filiar ao União Brasil para ser candidata a governadora nas eleições de 2022.
A debandada não mudará dois pontos fortes a favor do novo partido: maior tempo no horário eleitoral e maior participação no fundo eleitoral em 2022. Estes fatores são os principais motivos para Bivar e Soraya dobrarem a aposta de que não haverá debandada no Estado.
Os dois deputados federais do PSL, Loester Trutis e Dr. Luiz Ovando, também devem trocar de partido para acompanhar Jair Bolsonaro. O presidente avalia se filiar ao Progressistas, PL ou PTB para disputar a reeleição. O deputado estadual Capitão Contar (PSL) também deve mudar de partido.
Com a fusão do PSL e DEM, o União Brasil será o maior partido da Câmara dos Deputados com 82 deputados. Mesmo com a debandada, este número será usado no cálculo para fazer a divisão do fundo eleitoral.
Tereza Cristina e Soraya deverão ter a primeira reunião para discutir o impasse nesta semana. A senadora não abre mão do acordo, que prevê Bivar na presidência nacional e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, na secretária-geral da nova sigla.
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, deverá seguir no novo partido. Ele pretende disputar as prévias internas do partido para definir o candidato a presidente com o apresentador do programa policial Brasil Urgente, da TV Band, José Luiz Datena.
Durante o evento para aprovar a fusão em Brasília, Tereza Cristina sinalizou que deverá permanecer no União Brasil para disputar o Senado nas eleições de 2022.
E agora, só tempo dirá se ameaça de deixar o novo partido em bloco é séria ou blefe.
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