O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) nomeou, nesta quinta-feira (1º), o ex-vereador da Capital e réu na Operação Coffee Breaik, Flávio César Mendes de Oliveira, como secretário estadual interino de Governo e Gestão Estratégica. Já o Lívio Viana de Oliveira Leite, o Dr. Lívio, que não conseguiu se reeleger no ano passado, foi nomeado novo presidente do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian.
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Flávio César era adjunto e foi promovido com o pedido de demissão do empresário e presidente regional do Podemos, Sérgio Murilo Nascimento Mota. Ele alegou que deixa o cargo para se dedicar ao projeto nacional do partido, que cogita lançar pela 2ª vez o senador Álvaro Dias para disputar a presidência da República.
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Com as nomeações de hoje, o PSDB passa a comandar sozinho o primeiro escalão, já que a sigla controla a Casa Civil (Sérgio de Paula), a Infraestrutura (Eduardo Riedel), a Educação (Maria Cecília Amendola da Motta), a Saúde (Geraldo Resende), Cidadania e Cultura (João César Matto Grosso Pereira), Assistência Social (Elisa Nobre), Fazenda (Felipe Mattos) e Desenvolvimento Econômico (Jaime Verruck).
Sérgio Murilo cai após ações polêmicas no cargo de secretário de Governo, que acabaram enfraquecendo o PSDB, como a saída do prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes, que se filiou ao Podemos. Ele também foi acusado de pressionar o prefeito de Dourados, Alan Guedes, para nomear um vereador do seu partido para o primeiro escalão no município. Murilo sempre negou as acusações.
Flávio César é adjunto da Segov desde o início do segundo mandato de Reinaldo. Com a saída de Riedel para a pasta das obras, ele continuou na mesma função ao ser preterido por Sérgio Murilo. Com a queda do empresário, ele assume interinamente a articulação política do Governo junto com Sérgio de Paula, que é presidente regional do PSDB e comanda a Casa Civil.
O novo titular da Segov é réu por improbidade administrativa e corrupção na Operação Coffee Break, como ficou conhecido o escândalo envolvendo a cassação de Alcides Bernal (PP) em março de 2014. De acordo com o Gaeco, o progressista caiu por meio de uma manobra de empresários e políticos que estavam perdendo as benesses na Prefeitura de Campo Grande.
No interrogatório feito no mês passado pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Flávio César teve dificuldade para explicar a ligação com o empresário João Amorim, dono da Proteco e acusado de ser sócio oculto da Solurb. Além disso, Amorim foi preso por mais de ano na Operação Lama Asfáltica.
Em uma das conversas com João Amorim, de acordo com o juiz, Flávio César encaminhou cópia da liminar concedida pela desembargadora Tânia Borges, que manteve o procedimento de cassação de Bernal em 26 de dezembro de 2013. Em outra mensagem com o polêmico empresário, ele se queixa do ex-governador André Puccinelli (MDB), que teria vetado seu nome para presidir o legislativo, mesmo tendo o aval de Amorim.
O governador também nomeou Dr. Lívio para presidir a Fundação Estadual de Saúde, que comanda o HR. Ele substitui a médica Rosana Leite Melo, que foi nomeada para a Secretaria Extraordinária de Combate a Covid-19 do Ministério da Saúde. O tucano não se reelegeu no ano passado e ficou famoso por ser o autor da denúncia que levou à demissão do policial civil Tiago Vargas, vereador mais votado na eleição passada.
A nomeação de João César para a Secretaria de Cultura abriu vaga para outro que não conseguiu se reeleger em 2020, o tucano Ademir Santana, réu por extorsão armada na Operação Omertà, que apura denúncias contra os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho.
Outro político sem sucesso nas urnas foi Eduardo Romero (Rede), que acabou sendo nomeado secretário-adjunto da Cultura e Cidadania.