A pandemia causada pelo coronavírus voltou a bater recorde em Mato Grosso do Sul com a confirmação de 392 novos casos em 24 horas – passando de 4.274 para 4.666. Acelerando rumo aos 5 mil doentes, a covid-19 fez 16,6 novos pacientes por hora no Estado – um por minuto. A Secretaria Estadual de Saúde confirmou primeira morte pela doença de indígena, a 41ª de MS.
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Além de se preparar para o pior, com a iminente perspectiva de explosão no número de internações e doentes em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), as autoridades decidiram obrigar o uso de máscara. Reinaldo Azambuja (PSDB) tornou o uso obrigatório em todo o Estado a partir de segunda-feira (22).
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Em Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD) baixou novo decreto para deixar claro que a utilização da máscara é obrigatória em todos os espaços, inclusive nos abertos, como ruas e praças. A prefeitura fará campanha educativa por 11 dias e só começará a punir quem não cumprir o decreto a partir de 1º de julho, desde multa administrativa de R$ 100 a R$ 2 mil até detenção e condenação na esfera criminal por até um ano.
A situação continua fora de controle na região da Grande Dourados. Mais 158 casos foram confirmados na segunda maior cidade sul-mato-grossense, onde o total passou de 1.430 para 1.630. O cenário fica completo com Fátima do Sul (194), Rio Brilhante (164), Itaporã (90), Douradina (89) e Vicentina (54).
Houve explosão no número de casos em Paranaíba (93), Chapadão do Sul (91), Naviraí (59) e Mundo Novo (24). Uma das maiores cidades do Estado, Corumbá também enfrenta surto, com 176 casos notificados. A tradicional festa de São João, que atrai milhares de turistas, foi suspensa pela primeira vez na história da Cidade Branca.
O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, confirmou, nesta sexta-feira, o primeiro óbito na população indígena de Dourados, uma das maiores do Estado. O homem de 59 anos estava internado desde o dia 30 de maio e morreu ontem (18).
O surto na Reserva de Dourados, onde vivem 13 mil índios, começou a partir do frigorífico da JBS, principal propagador da doença na região da Grande Dourados. Sucateada, a Missão Caiuá não teve condições de atender os pacientes com covid-19 neste ano. Resende vem tentando reforçar o local para garantir o atendimento dos indígenas e impedir a propagação do vírus nas aldeias, que pode ter um efeito genocida.
Ainda na manhã desta sexta-feira, mal o secretário encerrou a live sobre o boletim diário, a Secretaria de Estado confirmou nova morte pela doença no Estado. Uma mulher de 49 anos, que estava internada desde o dia 10 de junho, morreu na manhã de hoje. Ela tinha doença renal crônica, hipertensão, diabetes e insuficiência cardíaca.
Junho já contabiliza 21 mortes pela covid-19, o dobro do registrado em maio (11). O mais desalentador é que a pandemia só está ganhando força no Estado. Já são 118 pacientes positivos internados. Sem considerar a rede privada, só em UTI, são 40 pacientes, contabilizando os casos suspeitos que ainda aguardam o resultado do teste.
Aliás, o aumento na demanda por exames mantém o Lacen (Laboratório Central) atolado. De acordo com a secretária-adjunta de Saúde, Crhistinne Maymone, são 1.429 exames aguardando análise no órgão. A medida de enviar os exames de avião para o Instituto Buntatan, prometido ontem por Geraldo Resende, ainda não foi tirada do papel ou não surtiu o efeito. Outros 1,3 mil casos aguardem “encerramento” nos municípios.
Em Anastácio, conforme o Campo Grande News, a morte de Gérson Rosa de Oliveira, 40 anos, causou pânico. Ele teria participado de festa com 200 pessoas após contrair o coronavírus.
A festa da mãe dele teve até a presença do prefeito, Nildo Alves (PSDB). Por enquanto, a cidade só tem três casos confirmados da doença.