A maioria dos campo-grandenses tem muito medo da contaminação pelo novo coronavírus, acredita que a quantidade de casos de covid-19 é subnotificada e que o prefeito Marquinhos Trad (PSD) é a autoridade mais empenhada em combater o vírus na cidade. Os dados são revelados na pesquisa Ranking Comunicação, divulgada nesta quarta-feira. Conforme a pesquisa, 41,08% dos moradores de Campo Grande têm muito medo de serem contaminados e 62,52% acreditam que a quantidade de casos é maior que a divulgada pelos canais oficiais que acompanham a pandemia.
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A pesquisa foi aplicada entre os dias 10 e 14 de junho em 93 bairros de Campo Grande. Foram ouvidas 1,2 mil pessoas e a margem de erro dos resultados é de 2,85% para mais ou para menos. No levantamento, os entrevistados responderam perguntas sobre a percepção da pandemia, a economia, a confiança nos gestores públicos e a interferência nas finanças pessoais.
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Questionados sobre o trabalho dos gestores, 70,08% apontaram Marquinhos como a autoridade mais empenhada em combater a pandemia em Campo Grande. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) foi apontado por 15,25% dos ouvidos e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por 5,17%. Vereadores foram lembrados por 3,42% dos entrevistados e 2,58% creditaram o empenho contra a pandemia a outros personagens. Não souberam ou não responderam o questionamento 3,50% dos entrevistados.
Quando questionados sobre o medo de serem contaminados, os 41,08% dos entrevistados responderam que têm muito medo; 32,25% que têm um pouco de medo; 15,33% afirmaram não sentir medo e 11,34% não souberam ou não responderam.
Sobre as notícias relacionadas aos números de contaminados, 62,42% disseram que a quantidade de casos é maior; 10,67% que é igual à noticiada; 17,74% que é menor e 9,16% não sabem ou não responderam. Atualmente, Mato Grosso do Sul tem 4.164 casos e 36 mortes em decorrência da pandemia.
Sobre a percepção da pandemia, 47,58% dos entrevistados disseram que conhecem alguém que foi contaminado; 40,17% não conhecem e 12,25% não sabem ou não responderam. A pesquisa demonstrou que a maioria dos entrevistados respeita as determinações de isolamento e distanciamento físico. Do total, 52,58% afirmaram que tomam cuidado, mas saem para trabalhar; 28,83% saem quando é necessário; 13,25% continuam a viver a rotina normalmente e apenas 5,34% estão em isolamento completo.
O morador de Campo Grande também aderiu ao uso da máscara e 77,25% afirmaram que cumprem o decreto que determina o uso obrigatório da proteção; 15,58% não usam e 7,17% não sabem ou não responderam.
Embora demonstrem preocupação com a proteção pessoal, os entrevistados apoiam medidas discutíveis de retomada da normalidade, como o retorno às aulas. Para 75,08% dos entrevistados, as aulas presenciais devem ser retomadas; 20,50% foram contra e 4,42% não souberam ou não opinaram.
Quanto ao impacto econômico imposto pela pandemia, 52,83% dos entrevistados revelaram não ter solicitado o auxílio emergencial liberado pelo governo federal e 47,17% requisitaram. Entre as pessoas ouvidas e que solicitaram o auxílio 76,33% receberam e 23,67% não tiveram êxito.
A maioria dos entrevistados percebeu piora financeira. Essa foi a resposta de 55,17%, para 38,75%, contudo, não foi percebida piora no quesito finanças. Houve melhora na condição financeira de 0,83% dos entrevistados e 5,25% não sabem ou não respondeu. Por conta do impacto da pandemia nas finanças pessoais, 38,58% dos entrevistados apontaram que não vão enfrentar dificuldades para pagar as contas no mês de junho. O mesmo não será sentido por 55% dos entrevistados, que afirmaram não terem condições de arcar com as despesas do próximo mês e 6,42% não sabem ou não responderam.
Entre as pessoas que não terão condições de pagar as despesas deste mês, 39,92% vão conseguir arcar com a maior parte; 47,83% terão como saldar uma pequena parte e 12,25% não vão pagar nada.
Os entrevistados apontaram que a retomada da normalidade econômica ainda vai demorar, para 39,17% até seis meses; para 28,33% um ano; para 8,75% até três meses; para 0,58% vai demorar um mês e 3,92% não responderam ou não souberam opinar.