O secretário estadual especial e coordenador do Escritório de Representação Política, Dirceu Lanzarini, e o genro, Kesley Aparecido Vieira Matricardi, foram baleados na manhã desta segunda-feira (24) em uma fazenda de Amambai, a 340 quilômetros da Capital. Encaminhado em estado gravíssimo para Dourados, o ex-prefeito de Amambai teve duas paradas cardíacas e perde massa encefálica.
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Conforme as primeiras informações, Lanzarini teve discussão com funcionário da propriedade rural. O peão pegou o revólver e efetuou os disparos. Ele foi atingido por três tiros, que atingiram a cabeça e os dois braços. O genro foi ferido com dois tiros, um no ombro e outro no pescoço.
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Mesmo ferido, o genro socorreu o secretário e o encaminhou ao Corpo de Bombeiros. Inconsciente, o ex-prefeito recebeu os primeiros atendimentos no Hospital Regional de Amambai e foi encaminhado na ambulância UTI para o Hospital do Coração em Dourados.
Ele foi acompanhado pela filha, que é médica concursada em Nova Andradina e estava passando o Carnaval na Cidade. Conforme Dr. Bandeira, Lanzarini teve duas paradas cardíacas, que foram revertidas. A primeira ocorreu no caminho entre Amambai e Dourados. Ele sofreu a segunda dentro do hospital.
Dr. Bandeira confirmou que o estado de saúde é gravíssimo, mas desmentiu os boatos de morte cerebral do ex-prefeito. Ele informou que a equipe médica fará exame de tomografia para avaliar o estado e decidir sobre a cirurgia para remover a bala do secretário especial do Estado. Lanzarini perdeu massa encefálica e há grande probabilidade de ficar com sequelas.
Também transferido para Dourados, Kesley Aparecido está fora de perigo e consciente.
Lanzarini é uma das principais lideranças políticas da região sul do Estado. Ele foi prefeito de Amambai por três mandatos, presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), secretário da Juventude Esporte e Lazer na gestão de Zeca do PT e presidente da Fundesporte no mandato de André Puccinelli (MDB).
No primeiro mandato de Reinaldo Azambuja (PSDB), ele foi coordenador regional. Atualmente, com cargo de secretário especial, ele era o coordenador do Escritório de Representação Política da Secretaria Estadual de Governo e Gestão Estratégica.
Lanzarini não é o primeiro político importante a ser vítima da violência que assola a fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. Na noite de 14 de junho de 2018, o prefeito de Paranhos, Dirceu Betoni (PSDB), foi vítima de atentado a bala. Atingido por três tiros, Betoni foi encaminhado para Dourados e ficou quase uma semana na UTI. A Polícia Civil nunca desvendou o crime e o prefeito segue sob escolta especial até hoje.
No dia 17 de janeiro do ano passado, o ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Ponta Porã, Chico Gimenez, foi executado a tiros por um grupo de dez homens. Ele era tio do narcotraficante Jarvis Pavão.
A prefeita de Mundo Novo, Dorcelina Folador (PT), foi assassinada a tiros no dia 30 de outubro de 1999. Na época, o crime chocou o País e foi destaque na imprensa nacional.
Nem jornalistas são poupados pela violência na região. No dia 12 deste mês, pistoleiros mataram o jornalista Léo Veras. No fim de semana, operação especial do Ministério Público do Paraguai prendeu dez envolvidos na execução do jornalista em Pedro Juan Cabellero.