O ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou, na manhã de hoje (23), que desistiu de disputar a presidência da República. Com a decisão, o tucano tira o principal obstáculo à candidatura da senadora Simone Tebet (MDB), de Mato Grosso do Sul, como representante de três partidos – MDB, PSDB e Cidadania.
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A sul-mato-grossense já havia sido escolhida pela trinca para tentar ser o nome da terceira via, mas o principal obstáculo era o ex-governador paulista, que tinha vencido as prévias do PSDB, realizadas em novembro do ano passado, e ameaçava ir à Justiça para contestar o apoio tucano à senadora.
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“Me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve”, afirmou Doria. Prefeito e governador de São Paulo e primeiro a trazer a vacina contra a covid-19 no Brasil, Doria não deve ser candidato a nenhum cargo nas eleições deste ano. Em São Paulo, o candidato tucano será o atual governador, Rodrigo Garcia, que deixou a União Brasil.
Amanhã, o Cidadania, o MDB e o PSDB vão reunir a executiva para avalizar o apoio a Simone. No MDB, onde caciques das regiões Nordeste e Norte defendem o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a reunião deverá aprovar o nome de Simone para disputar a presidência da República.
O atual presidente da sigla, Baleia Rossi, conta com o apoio de 20 dos 27 diretórios para homologar o nome de Simone. O ex-presidente do Senado, Renan Calheiros, que é abertamente contra a candidatura própria, diz que tem o apoio de 14 dos 27 para não homologar a candidatura própria na convenção, prevista para ocorrer até meados de agosto deste ano.
Com a homologação da candidatura presidencial de Simone, o MDB de Mato Grosso do Sul procura um candidato para disputar a vaga de senador na chapa de André Puccinelli (MDB). O mais cotado é o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa (MDB). O ex-deputado federal e ex-ministro chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), corre por fora na disputa.
Em Mato Grosso do Sul, Simone poderá contar com dois palanques, o de André e do ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB). Na verdade, a emedebista vai se transformar em mais um problema para o tucano, já que ela é adversária de Jair Bolsonaro (PL), com quem ele tenta selar aliança para ganhar a simpatia dos bolsonaristas.
O marido da senadora, Eduardo Rocha é secretário estadual de Governo, ou seja, o principal articular político do PSDB, partido de Eduardo Riedel e Reinaldo Azambuja.
“Doria nunca foi adversário”, afirma Simone em nota
Após a saída de Doria da disputa, Simone Tebet divulgou uma nota para descarta que o tucano nunca foi seu adversário. “Doria nunca foi adversário. Sempre foi aliado”, afirmou.
Confira a nota na íntegra;
NOTA
SENADORA SIMONE TEBET“Doria nunca foi adversário. Sempre foi aliado.
Sua contribuição com a luta pela vacina jamais será esquecida.
Vamos conversar e receber suas sugestões para nosso programa de governo.
O Brasil é maior do que qualquer projeto individual.
Vamos trabalhar para unir todo o centro democrático.
Gostaria muito de ter o PSDB e o Cidadania junto conosco.
Vamos aguardar a decisão das direções partidárias.
Vamos continuar nossa Caminhada da Esperança.
Vamos unir o país e tratar de sua reconstrução moral, institucional e poltica.
O povo tem pressa e precisamos semear esperança”.Senadora Simone Tebet
Pré-Candidata à Presidência da República – MDB”