O pesquisador da Faculdade de Medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Júlio Henrique Croda, vai testar quatro medicamentos contra o coronavírus em pacientes com coronavírus em dois hospitais de Campo Grande. Pesquisador da instituição e professor da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), ele integra o grupo nacional para avaliar quatro remédios contra a Covid-19.
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Até ontem, a pandemia contabilizou 463.387 pacientes e 20.912 mortes em mais de 100 países. No Brasil, conforme o Ministério da Saúde, foram confirmados 2,4 mil casos e 57 óbitos. Sem mortes, Mato Grosso do Sul confirmou 24 casos e investiga 34 suspeitos. A quarentena imposta pelos prefeitos vem mantendo a situação sob controle.
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Em pânico diante da virulência do novo vírus, a população vem acompanhando com atenção as informações sobre a descoberta de possíveis medicamentos. O mais famoso nos últimos dias é o Hidroxicloroquina, utilizado no tratamento da malária e algumas doenças autoimunes. O medicamento inclusive chegou a ser compartilhado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
No entanto, o remédio ainda está na fase de testes e será um dos testados em doentes com os sintomas da Covid-19 internados no Hospital Universitário de Campo Grande e no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian. Este último foi definido como referência no tratamento da doença no Estado.
Júlio Henrique Croda vai comandar a pesquisa no Estado, que prevê o teste de quatro tipos de medicamentos. “O primeiro ensaio clínico, liderado pela Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, visa avaliar quatro drogas diferentes para o tratamento da Covid-19. Uma dessas drogas é a hidroxicloroquina, que é usda para o tratamento da malária”, explicou o professor.
“O outro ensaio é um estudo específico de avaliação da hidroxicloroquina, que está sendo liderado pelo pesquisador Marcos Lacerda, da Fiocruz Amazônia. E esse é um estudo menor, que visa avaliar também o uso da hidroxicloroquina para o tratamento dos pacientes com Covid-19”, explicou Croda, através da assessoria de imprensa.
Além da pesquisa, a UFMS participa dos esforços para dotar rede de laboratórios com capacidade para analisar mil exames por dia para o coronavírus no Estado. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) também deverá destinar o laboratório para fazer a testagem no Estado.
“Nós temos um cenário que é um projeto de extensão, que visa mapear e qualificar os laboratórios da UFMS e dos diversos parceiros do estado, no sentido de prover capacidade desses laboratórios realizarem o teste específico para a Covid-19. Dessa forma, aumentar a capacidade de testagem de Mato Grosso do Sul, para aproximadamente mil testes por dia. Esse é o objetivo final, para garantir que a população tenha acesso à testagem”, ressaltou o professor.
Os esforços para detectar a doença podem trazer alívio para a população. Pesquisa do Instituto Ranking, realizada de 20 a 24 deste mês em 20 municípios sul-mato-grossenses, aponta que 80,12% têm medo da doença, enquanto 12,06% não possuem medo. Outros 7,82% não responderam.
A maioria absoluta, 76,41%, tomou alguma medida de precaução contra a pandemia. Apenas 18,06% não tomaram nenhuma providência. O principal cuidado foi lavar as mãos com água e sabão (73,24%), seguido por passar álcool gel (58,36%) e evitar aglomerações (35,06%). Só 19,41% passaram a evitar locais públicos e ficar em casa.
A maioria absoluta, 64,24%, tem medo de ficar doente. Outros 42,36% estão preocupados com a família. O dinheiro e perda da renda, citado como principal motivo pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para suspender a quarentena, foi citado por 38,64%.