A juíza Eucelia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, deve concluir neste mês o julgamento da advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, e de mais três pelo golpe de R$ 5,3 milhões em um aposentado de Petrópolis (RJ). A audiência de instrução vai terminar no dia 28 deste mês, a partir das 14h, com o interrogatório dos réus.
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Esposa do juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, ela passou a ser monitorada por tornozeleira eletrônica desde o final do ano passado. O magistrado também é investigado pela suposta participação no estelionato.
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Emmanuelle, José Geraldo Tadeu de Olivera, Ronei de Oliveira Pécora e Delcinei de Souza Custódio foram presos no final de julho do ano passado pela Polícia Civil. Eles teriam falsificado a assinatura do engenheiro aposentado para convencer a Justiça a bloquear a fortuna.
O dinheiro foi liberado para saque pelo juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível da Capital. Ele chegou a ser alertado pela defesa do idoso de que a assinatura era falsa, mas não determinou a conferência antes de autorizar a retirada dos R$ 5,3 milhões.
Somente após a prisão do grupo, o magistrado determinou o bloqueio do dinheiro. No entanto, a maior parte já tinha sido sacada. Emmanuelle também alegou que foi enganada pelos três homens e devolveu o dinheiro como parte da estratégia da defesa para se livrar da denúncia.
Conforme despacho publicado no Diário da Justiça desta terça-feira, a magistrada marcou a retomada da audiência para ouvir uma testemunha no dia 26, a partir das 13h30. O restante das testemunhas de defesa e os réus serão ouvidos no dia 28.
Com a conclusão do julgamento, a magistrada deve abrir prazo para as alegações finais do Ministério Público Estadual e para a defesa.
Emmanuelle teve a prisão preventiva convertida em domiciliar no início de setembro do ano passado. Na véspera do recesso do Poder Judiciário, no dia 18 de dezembro passado, o ministro Sebastião Reis Júnior, do STJ, acatou pedido da defesa e suspendeu a prisão domiciliar. No entanto, ele definiu algumas medidas cautelares, como o comparecimento quinzenal ao juízo, não manter contatos com os outros réus, recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga e suspensão da advocacia.
A juíza Eucelia Cassal manteve a utilização da tornozeleira, a indumentária famosa nos últimos tempos no Brasil.