Ex-assessor da Casa Civil e genro da deputada estadual Mara Caseiro (PSDB), Nivaldo Thiago Filho de Souza, 38 anos, vai a julgamento por homicídio doloso e duas tentativas de homicídio apenas em abril do próximo ano. Isso porque foi cancelada a audiência que estava marcada para esta segunda-feira (14) e remarcada pela juíza Kelly Gaspar Duarte, da Vara Criminal da Infância e Juventude de Aquidauana.
Conforme a certidão de redesignação de audiência, a magistrada foi convocada para marcar presença em evento oficial e a instrução foi transferida para o dia 14 de abril de 2025, poucos dias antes de o crime completar quatro anos. Somente nesta ocasião, a juíza deverá decidir se mantém a decisão de levar o assessor governamental a júri popular.
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“Certifico que, em razão do(a) convocação da magistrada para comparecimento a evento oficial, a audiência assinalada para o dia 14/10/2024, às 15:15 horas foi REDESIGNADA para o dia 28/04/2025, às 15:15 horas”, diz o documento de 8 de outubro.
Nivaldo Thiago matou o pescador Carlos Américo Duarte, o Carlão, aos 59 anos de idade, quando conduzia uma embarcação sem ser habilitado e bêbado, conforme a denúncia do Ministério Público Estadual, no dia 1º de maio de 2021.
Ele pilotava a embarcação “Mamba Negra” em alta velocidade e, ao realizar uma manobra indevida, bateu no barco “Beira Rio II”, conduzido pelo piloto Rosivaldo Barboza de Lima, no Rio Miranda.
O piloto e o filho do pescador, Caê Duarte, ficaram feridos e foram encaminhados para o hospital. Nivaldo fugiu do local sem prestar socorro às vítimas e acabou sendo detido pela Polícia Rodoviária Federal. Ele admitiu ter ingerido bebida alcoólica, mas se recusou a realizar o teste do bafômetro.
A defesa tentou desqualificar o inquérito conduzido pela Marinha do Brasil, mas o pedido foi negado pela juíza Kelly Gaspar Duarte. Ela pontuou que o órgão militar é o responsável pelas investigações de acidentes envolvendo embarcações e tem credibilidade para chegar à conclusão de que houve homicídio doloso.
Nivaldo Thiago era assessor especial da Casa Civil até último mês de julho, quando pediu exoneração. Ele recebia o salário mensal de R$ 28.224, conforme o Portal da Transparência. O salário base era de R$ 11,2 mil, com representação de até 80% do salário.