Lucas Gabriel de Souza Queiroz Batista, o Luso Queiroz (PSOL), que daqui uns dias (26 de junho), completa 30 anos de idade, é pré-candidato à prefeitura de Campo Grande. Definido por unanimidade, ele será o candidato pela federação formada com a Rede Sustentabilidade, que tem como sua principal estrela a ministra Marina Silva (Meio Ambiente).
Veja os outros candidatos:
Camila propõe projeto diferente para tirar cidade do “total abandono” e força-tarefa na saúde
Beto propõe austeridade para recuperar “cidade perdida” e quer retomar era das grandes obras
André vê apelo para “resolver esculhambação” e promete pôr finanças em dia em três anos
Rose propõe resolver “problemas de décadas” e mostrar potencial da Capital para o mundo
André Luís quer colocar Campo Grande no século XXI e torná-la referência em qualidade de vida
Campo-grandense, Luso disse estar rodando pela cidade e conversando com pessoas já de olho em seu plano de governo, que, inicialmente, assim tem sido definido:
“Vamos auditar contratos e concessões, fazer um raio-x da cidade, enfrentar o abandono dos imóveis, contratar novos técnicos para todas as pastas, anular o contrato penoso do Consórcio Guaicurus, instalar ecobarreiras nos rios Anhanduí e Anhanduizinho, ampliar os Ecopontos, iniciar uma limpeza geral e sanitária para combater pragas urbanas, reformar todas as UPAs, UBSs e estabelecimentos de ensino, erradicar o crack e os furtos de fios, cobre, ferro e celulares, acelerar a fila da Agência Municipal de Habitação, destravar projetos de música, teatro e cultura”, brada Luso Queiroz.
Consórcio Guaicurus explora o transporte coletivo em Campo Grande desde o fim de 2012 e, desde então, o processo licitatório é questionado judicialmente por suspeita de fraude.
E quem é Luso Queiroz?
Politólogo [cientista político], comerciário, analista político da Sputnik Consulting e militante da Frente de Lutas Populares.
“Iniciei minha luta social no movimento estudantil secundarista, sendo dirigente estadual da UBES (União Brasileira dos Estudantes), fui militante ambientalista no Greenpeace (organização ambiental que, segunda ela, existe porque o planeta e seus ecossistemas precisam de quem os defenda), WWF (organização não-governamental que luta por conservação ambiental e contra o avanço da crise climática e Ong Terra Verde, também trabalhei com a Intersindical, ANDES (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) e MST, o Movimento dos Trabalhadores sem terra”.
Ligado a entidades e associações mais alinhadas as legendas de esquerda, Luso Queiroz diz quando foi que ingressou na política.
“Sou filiado ao PSOL desde 2019 e nunca militei, trabalhei ou assessorei partidos de direita, sempre estive na esquerda”, revela.
Luso afirmou ainda que está preparado para os eventuais debates com os “grandões” na política sul-mato-grossense. Ele citou se encarar num debate André Puccinelli, pré-candidato do MDB, duas vezes prefeito de Campo Grande e outras duas vezes governador de Mato Grosso do Sul.
Luso Queiroz: “eu perguntaria: O que o André Puccinelli não fez em 16 anos de governo que ele precisa fazer?”.
Em 2022, o pré-candidato do PSOL-Rede tentou concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa, mas não deu, segundo ele: “minha candidatura em 2022 não aconteceu devido a uma falha de comunicação no sistema filia”.
Questionado sobre a possibilidade de o PSOL e Rede juntarem-se a deputada federal Camila Jara, pré-candidato do PT, na briga pela prefeitura de Campo Grande, Luso disse ter recordado que a sigla petista nunca fora a cereja do bolo dos socialistas:
“Desde a nossa fundação no dia 6 de junho de 2004, nós não nos alinhamos ao PT em Campo Grande. Entendemos que o PSOL é o principal instrumento de luta”. O partido é integrado por muitos dissidentes do PT e foi fundado como um partido político de “centro-esquerda a esquerda”.
Em caso de vitória, como Luso dialogaria com a bancada federal, senadores e deputados que, em sua maioria, está distante da visão política do PSOL e Rede. E ele responde:
“Nossa relação com o parlamento pantaneiro será construtiva, precisamos de emendas para construção do hospital Municipal Universitário, quem gosta de Campo Grande será bem-vindo. Um terço dos sul-mato-grossenses reside em Campo Grande, os senadores e deputados federais devem ajudar nossa Capital, eu estarei com aqueles que o fizerem”.
E o que Luso acha do ex-presidente Bolsonaro e o atual, Lula, será que os dois devem influir nas eleições municipais?
“O bolsonarismo é endinheirado, tem o apoio financeiro de uma parcela significativa da agroburguesia, eles devem eleger em todo MS”.
Já quanto ao atual mandatário: “Lula é o atual presidente, o PT tem militância e estrutura, sairão bem nessas eleições”.
Se eleito, Luso, sua administração deve mirar logo, onde?
“Todas as classes serão priorizadas conforme suas necessidades. A Secretaria Municipal da Juventude e o Conselho Municipal da Juventude, como exemplos, estarão produzindo projetos e promovendo ações, quero os jovens estudando, se profissionalizando, praticando esportes e usufruindo do lazer”.
Luso, como tem enxergado a gestão Lula?
E o pré-candidato do PSOL e Rede, logo responde: “acho regular o governo Lula, pra mim falta mais coragem no enfrentamento aos rentistas [pessoa que vive de rendas, aplicações financeiras ou rendimentos] anti-brasileiros. Ninguém governa sozinho, mas o Lula precisa ficar longe dos neoliberais, aquilo é enganação, já o Riedel [governador de MS, do PSDB] não tem oposição na Assembleia Legislativa, sua situação política é confortável no MS. Eu terei uma boa articulação com a Câmara Municipal, sou parlamentarista e faço política ouvindo as necessidades do povo”.
Você, Luso, tem alguma proximidade como a legenda do governador?
“Não temos tanta engenharia política como o PSDB, nosso movimento é simples, eficaz e popular”, pontuou.
E quanto às pesquisas de intenções de voto até agora divulgadas, apontam como possíveis vitoriosos políticos já conhecidos na praça, o que acha, não aparecem ninguém aliado à esquerda?
“As pesquisas são a foto do momento, hoje os tradicionais estão liderando as rejeições e intenções de voto, porém, mais de 70% dos eleitores estão indecisos ou desconhecem os pré-candidatos”, opinou Luso Queiroz.
E se o PSOL e Rede ficarem fora do pleito já no primeiro turno, como deve agir no segundo turno em tratando-se de apoio político?
Respondeu, Luso: “no momento eu só penso no primeiro turno, o segundo turno será debatido em plenária”, disse o pré-candidato que quer vencer a concorrência pela prefeitura e sua federação eleger ao menos dois vereadores.