A Justiça de Mato Grosso do Sul não conseguiu localizar Diego Aparecido Francisco, 38 anos, para responder a processo em que é acusado de causar prejuízo de R$ 328,5 mil ao proprietário de um frigorífico, entre 2020 e 2021, no município de Dois Irmãos do Buriti. O empresário é réu em diversas ações, já foi preso e, atualmente, é monitorado com tornozeleira eletrônica.
Diego chegou a ser preso no início de dezembro por determinação do juiz Deyvis Ecco, de Dourados, durante investigação sobre uma série de golpes que deram prejuízo de R$ 2,5 milhões nas vítimas. No entanto, no final de janeiro, o Tribunal de Justiça concedeu liberdade mediante o uso de tornozeleira. Isso não impediu que o empresário não fosse encontrado em outro processo e teve de ser notificado por meio de edital.
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Em abril de 2023, o Ministério Público Estadual denunciou Diego Aparecido Francisco por obter R$ 328.535,93 através de um golpe no Frigorífico Superlider, de Dois Irmãos do Buriti.
Segundo a acusação, em outubro de 2020, Diego entrou em contato com o dono do frigorífico alegando, “falsamente”, ser sócio-proprietário e responsável financeiro da empresa “Açougue Serv Bem”, quando, na realidade, fazia apenas assessoria financeira, sendo encarregado de negociações e quitação de débitos junto aos fornecedores.
Após fechar negócio com o Frigorífico Superlider, foram feitas diversas compras de peças de carne até 2021. O golpe consistia em Diego se apropriar dos cheques de pagamento ao fornecedor e trocá-los por outros sem fundo em nome de terceiros, que acabavam sendo devolvidos pelos bancos.
A denúncia foi aceita pelo juiz Valter Tadeu Carvalho, da Vara Única da Comarca de Dois Irmãos do Buriti, em abril do ano passado. O magistrado determinou a notificação do réu presencialmente, para que respondesse à acusação.
Após meses de tentativas infrutíferas, Diego Francisco não foi encontrado e teve de ser notificado por meio de edital publicado em mural eletrônico no dia 22 de fevereiro. O empresário tem 15 dias para apresentar sua defesa.
Este é apenas mais um imbróglio em que Diego está envolvido. Neste mês, a 2ª Vara Criminal de Dourados aceitou a denúncia por estelionato e associação criminosa contra Francisco, seus pais, um ex-vereador de Itaporã e um policial civil de Dourados pelos golpes de R$ 2,5 milhões.
O empresário também é réu junto com o ex-prefeito de Campo Grande Gilmar Antunes Olarte (sem partido) e a ex-gerente do Banco Safra Alessandra Carrilho de Araújo por aplicarem o golpe do falso leilão de um prédio comercial e causar prejuízo de R$ 800 mil a um casal de evangélicos.
O advogado do empresário, Ronaldo Graziozo Oliveira, chegou a ser procurado para defender o seu cliente, mas optou por ingressar com ação na Justiça para retomar a censura, um artifício usado na ditadura militar para calar os inimigos. O pedido foi colocado em sigilo. Ele pediu para proibir O Jacaré de publicar matérias a respeito dos golpes aplicados por Diego Aparecido Francisco.