Ex-vereador por cinco mandatos em Itaporã, Célio Poveda negou que seja advogado e tenha participado no golpe em série na venda de veículos aplicado pelo empresário Diego Aparecido Francisco. “Nunca atropelei ninguém”, afirmou, sobre a acusação do Ministério Público Estadual de que teria ameaçado as vítimas do estelionato.
O promotor de Justiça, Eduardo Fontecielha De Rose, denunciou Diego, os pais do empresário, Izabel Cristina Ferreira Francisco e Sérgio Francisco Filho, 60 anos, Célio Poveda e o policial civil Joventino Floriano da Silva, 50, pelos crimes de estelionato e organização criminosa.
Veja mais:
MPE denuncia empresário, pais, advogado e policial por série de golpes na venda de carros
Enquanto buscam censura, golpistas acumulam processos e empresa corre risco de despejo
Acusado de faturar R$ 6 milhões com golpes pede para juiz censurar O Jacaré
Preocupado com a repercussão da denúncia na cidade, onde foi presidente da Câmara Municipal em cinco ocasiões, Poveda confirmou que esteve em vários ocasiões na Negócios MS, empresa usada para dar os golpes, de acordo com o MPE.
“Nunca levei uma pessoa para fazer negócios (com Diego Francisco). Nunca, jamais ameacei ou cobrei alguém”, garantiu o ex-vereador. “Pessoas que tinham negócios sempre me viam lá, mas nunca atropelei ninguém”, rechaçou.
Ele também disse que não é advogado, apesar de, segundo o promotor, ter sido apresentado como advogado por Diego para as vítimas. De acordo com Poveda, ele vendeu duas caminhonetes e pegou um caminhão de Sérgio Francisco Filho. Ele garantiu que só frequentou a empresa para cobrar a regularização da documentação de um dos veículos.
A denúncia vai ser analisada pelo juiz Deyvis Ecco, da 2ª Vara Criminal de Dourados. Diego chegou a ficar preso, mas teve a prisão preventiva revogada pelo desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Ele está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.
O ex-vereador ainda cita a seu favor o fato da Justiça ter negado pedido da Polícia Civil para cumprir mandados de busca e apreensão em dezembro do ano em seu escritório e residência. Na ocasião, o magistrado destacou que não havia indícios nem provas contra Célio Poveda.