Três funcionários ligados à cúpula do Tribunal de Contas do Estado se inscreveram no concurso público de provas e títulos para disputar as três vagas de procurador de contas substituto, com salário inicial de R$ 35.462,28. A relação dos inscritos foi publicada no Diário Oficial do TCE nesta quarta-feira (13). A prova está prevista para o dia 21 de agosto deste ano.
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Um dos destaques entre os inscritos é Saul Girotto Júnior, atual chefe de gabinete do presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Iran Coelho das Neves. Aprovado no último concurso de auditor de controle externo da corte, ele também é sobrinho de Neves, conforme apurou O Jacaré.
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Júnior teve salário total de R$ 47.789,37 no mês de março deste ano, conforme o Porta da Transparência do TCE. O valor inclui o salário de R$ 14,1 mil como auditor, cargo efetivo, e mais R$ 16,5 mil pelo função de confiança. Ele ainda recebeu R$ 17,1 mil como vantagens eventuais, livre do pagamento de Imposto de Renda, que foi pago nos primeiros três meses deste ano.
Outro candidato notável é o atual diretor de Controle Externo do TCE, Eduardo dos Santos Dionizio. No mês de março deste ano, conforme o site da corte, ele recebeu R$ 42.566,12 em salário e indenizações eventuais. O salário como diretor é de R$ 27,5 mil. Os valores eventuais foram de R$ 14,2 mil em março deste ano. Ele ainda teve direito a mais R$ 753.
Dionizio já foi considerado braço direito do conselheiro Waldir Neves. Quando o ex-deputado foi presidente do TCE, ele ocupou o cargo de diretor-geral do TCE.
O terceiro inscrito com destaque é o auditor Nery Ramón Insfran Júnior, atual supervisor lotado na Corregedoria do TCE, com salário total de R$ 23.254,35. Como auditor de controle externo concursado, ele recebe R$ 15,7 mil por mês. Além disso, teve direito aos pagamentos eventuais de R$ 7,4 mil livre de impostos.
O corregedor-geral do TCE é o conselheiro Ronaldo Chadid, que também é o presidente da Comissão do Concurso Público. Ele e Waldir Neve foram alvos da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em junho do ano passado pela Polícia Federal para apurar suspeita de corrupção, pagamento de funcionários fantasmas e venda de sentença.
Iran Coelho das Neves acabou se envolvendo em uma polêmica no início deste ano após a empresa da mulher, Maria Francisca Silva Neves, e do filho, o auditor fiscal estadual Adnan Silva Coelho das Neves, a Prosperitate Consultoria ganhar dois contratos milionários sem licitação para regularização fundiária em Corumbá e Selvíria. Os contratos chegaram a ser suspensos pela Justiça.
Só o de Corumbá voltou a valer após o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Carlos Eduardo Contar, conceder liminar para manter o contrato na Cidade Branca.