No artigo “O governo parasita”, o filósofo e parasita Mário Pinheiro aborda os escândalos e os parasitas da atual política brasileira, os assassinatos impunes, os escândalos e a miséria brasileira. “No mundo animal é mais fácil executar cuidados, mas o problema do parasitismo está entre os homens”, ressalta.
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“O homem é capaz de eliminar quem incomoda, de desrespeitar as normas éticas e tentar impor o sistema da brutalidade. Encomendar a eliminação de pessoas como Marielle Franco, Vito Fernandes, Bruno Pereira e Dom Phillips vira banal quando a investigação exclui o mandante com objetivo de proteger alguém”, pontua, enumerando os crimes que tiveram repercussão nacional.
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“O filósofo Paul-Henri d’Holbach determina que os termos parasita e lisonjeiro, são parecidos, e sublinha que o parasita é o que ‘paga com lisonja o burro que lhe presenteia’. Ele diz que o parasita é superativo, que sutilmente dirige para si mesmo o fluxo das luzes para colher vantagens e encher seus depósitos por meios ilícitos. É um verdadeiro perturbador da ordem da comunicação, intromete-se onde não deveria”, explica.
Em seguida, relembra os escândalos nacionais, como a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, que teria sido alertado com antecedência da operação da PF pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Os pastores que faziam parte do ‘balcão de negócios’ para saques em espécie ou em ouro, Gilmar Santos e Arilton Moura, também foram presos. A corrupção que vem do Fundo de Desenvolvimento Nacional de Educação, tem nome, endereço e até intervenção da primeira dama. É a corrupção em nome da igreja ou dos parasitas em nome de Deus”, frisou.
Confira o artigo na íntegra:
“O governo parasita
Mário Pinheiro, de Paris
O termo parasita é destinado geralmente à planta que se alimenta, sufoca e mata outras espécies, tira a chance da clorofila e sua alimentação. No meio dos invertebrados existe o piolho, o carrapato e também passarinhos que botam ovos em ninhos alheios. No mundo animal é mais fácil executar cuidados, mas o problema do parasitismo está entre os homens.
O homem é capaz de eliminar quem incomoda, de desrespeitar as normas éticas e tentar impor o sistema da brutalidade. Encomendar a eliminação de pessoas como Marielle Franco, Vito Fernandes, Bruno Pereira e Dom Phillips vira banal quando a investigação exclui o mandante com objetivo de proteger alguém. Os parasitas pagam pelo crime.
A origem do termo parasita é grega, onde os padres eram acolhidos pelos cidadãos, o que denota a hospitalidade, mas tem explicação e raízes também na sociologia. Para um especialista nesta área, o parasita seria um conhecedor e mestre da linguagem, mas pode também ser aquele que fala demais ou quando se exprime de forma atravessada, diz o que não deve. Resumindo, solta besteiras.
O filósofo Paul-Henri d’Holbach determina que os termos parasita e lisonjeiro, são parecidos, e sublinha que o parasita é o que ‘paga com lisonja o burro que lhe presenteia’. Ele diz que o parasita é superativo, que sutilmente dirige para si mesmo o fluxo das luzes para colher vantagens e encher seus depósitos por meios ilícitos. É um verdadeiro perturbador da ordem da comunicação, intromete-se onde não deveria.
Há poucos dias tivemos a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, que sabia de tudo porque o presidente da República lhe havia telefonado e preparado para a chegada da Polícia Federal, está provado em áudio. Pode ser que Ribeiro tenha tido tempo de excluir provas que respingassem no hóspede do Planalto.
Os pastores que faziam parte do ‘balcão de negócios’ para saques em espécie ou em ouro, Gilmar Santos e Arilton Moura, também foram presos. A corrupção que vem do Fundo de Desenvolvimento Nacional de Educação, tem nome, endereço e até intervenção da primeira dama. É a corrupção em nome da igreja ou dos parasitas em nome de Deus.
Outro fato que marcou a semana foi a condenação do presidente da República por seus ataques ardilosos, de conotação sexual contra a jornalista da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Melo, assim como a exoneração do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães pela crueldade no tratamento desrespeitoso de assédio às funcionárias do estabelecimento.
A esperança no atual governo brasileiro sempre foi alicerçada de ilusão, vazio e abstrato. O passado sempre alcança alguém. Ele sempre expôs a evidência do raivoso, do odioso, daquele que fomenta o mal ao mesmo tempo em que se diz pelo bem.
A vida pública serviu para revelar o adepto da tortura, da violência, da misoginia, do racismo fascista. O parasitismo se espalha quando o hospedeiro aceita a espécie que não trabalha, suga o sangue e ainda causa desgaste, vergonha e barbárie. Note-se a miséria do povo e os preços galopantes da inflação. Que fique claro, impor sigilo e governar com orçamento secreto é a corrupção a serviço da parasitagem”.