A desistência do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não acabou com o racha no ninho tucano, que agora se divide entre a candidatura própria e apoiar a senadora Simone Tebet (MDB). A Executiva Nacional do PSDB adiou de hoje (24) para o dia 2 de junho a reunião que deveria homologar o apoio à emedebista. Há movimento para manter a candidatura própria e lançar outro nome para disputar a presidência da República.
[adrotate group=”3″]
A decisão do PSDB prolonga a agonia da terceira via. Inicialmente, os três partidos tinham decidido anunciar oficialmente nesta terça-feira o nome para concorrer à presidência da República. Com a desistência de Doria, os tucanos ficaram sem o único empecilho para apoiar Simone.
Veja mais:
Bolsonaro tem 35,20% contra 31,40% de Lula em MS, aponta pesquisa do IBP
Doria desiste de disputar presidência da República e consolida candidatura de Simone
Simone oscila de 1% para 2% e Doria chega a 4% em nova pesquisa do Ipespe
Neste ritmo de divisão e fogo amigo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) seguem firme na polarização, enquanto a candidatura da terceira via é queimada pelos próprios aliados.
O MDB e o Cidadania vão realizar a reunião hoje para sacramentar o apoio à candidatura presidencial de Simone. No entanto, a senadora não contará com o apoio do PSDB. Os tucanos querem analisar a viabilidade da emedebista nas pesquisas para decidir se vão embarcar na sua candidatura.
O diretório nacional do PSDB adiou a reunião para o final da próxima semana. Os ex-presidentes da sigla, como Aécio Neves, José Aníbal e Pimenta da Veiga, defendem o lançamento de um candidato próprio a presidente. O mais cotado voltou a ser o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que perdeu as prévias para Doria em novembro.
O gaúcho também é cotado para ser vice na chapa de Simone, como estratégia para atrair os integrantes da comunidade LGBTQI+. Leite foi o primeiro governador a assumir no País que é gay.
No entanto, em entrevista ao Uol, o gaúcho deixou claro que não cogita ser candidato a vice-presidente na chapa de Simone. Contudo, ele alertou que o apoio do PSDB à senadora não está consolidado. Ou seja, os tucanos estão procurando uma desculpa para abandonar a sul-mato-grossense.
O jornal Folha de São Paulo revelou que o PSDB não pretende investir o dinheiro do fundo eleitoral na campanha de Simone. Isso significa que a candidata só vai contar com verba do MDB.
Inicialmente, a decisão de Doria tinha garantido a candidatura de Simone à presidência da República. No entanto, o racha persiste. Colunistas, como Eliane Catanhede, já avaliam que os tucanos começaram o trabalho de dinamitar a candidatura da emedebista.
E a terceira via segue sem rumo, sem união e patinando com disputas internas.