A senadora Simone Tebet (MDB) afirmou, nesta segunda-feira (16), que será candidata a presidente da República se for a “escolhida” por meio da pesquisa realizada pelo MDB, PSDB e Cidadania. A emedebista mantém a disposição mesmo que não tenha o apoio do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
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O tucano ameaçou, em carta divulgada no sábado (14), que não aceita ser preterido por Simone como candidato da suposta terceira via. Ele inclusive ameaçou ir à Justiça para manter a candidatura a presidente e defender o resultado das prévias tucanas, realizadas em novembro do ano passado.
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Em entrevista hoje na Associação Comercial de São Paulo, a senadora minimizou a reação do ex-governador paulista. “Esse é um problema do PSDB. O PSDB aceitou fazer parte dessa pesquisa junto com Cidadania e MDB. Então isso é um problema dos presidentes dos partidos. Eu já disse que estou pronta pra subir no palanque dessa frente democrática, independentemente de estar na cabeça de chapa ou de vice”, afirmou.
O anúncio de Simone enfraquece ainda mais a terceira via, já que não deverá contar com o apoio de nenhum dos seis signatários de uma carta, divulgada em setembro do ano passado, na qual assumiam o compromisso de marchar unidos na disputa presidencial.
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) desistiu no final do ano passado e cogita disputar o Senado pelo partido em Mato Grosso do Sul. O seu candidato a presidente deverá ser o deputado federal Luciano Bivar (União Brasil), que ainda não pontuou nas pesquisas.
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, acabou desistindo em março ao trocar o Podemos pelo União Brasil para ser candidato a deputado federal por São Paulo. Agora, o ex-juiz cogita nem ser candidato nas eleições deste ano. A mudança de domicílio eleitoral passou a ser questionada na Justiça.
Bivar desistiu de integrar o grupo no mês passado, quando anunciou que será candidato em chapa pura. No final de semana, Doria deixou claro que só aceita a união se for o cabeça de chapa. Em caso de Simone ser considerada mais competitiva, ele vai romper com o MDB para manter a candidatura a presidente da República.
No entanto, Doria pode ser rifado pelo PSDB em reunião da executiva nacional marcada para amanhã. O presidente do partido, Bruno Araújo, estaria articulando o apoio da Simone. Nos bastidores, a senadora teria conhecimento de que leva vantagem na pesquisa qualitativa e manteve a “humildade”.
“Diante desse entendimento de acreditar que não há caminho voltando para o passado, muito menos permanecendo com o presente, eu estou pronta pra jogar em qualquer posição”, anunciou, não descartando a hipótese de ser candidata a vice-presidente.
No entanto, no mês passado, Simone já tinha deixado claro que não aceita ser coadjuvante na disputa. Agora é a vez de Doria deixar claro que não aceita ser vice. Como só uma vaga para presidente, um dos dois deverá recuar para manter a união dos três partidos.
A tendência é o Simone se manter candidata até a convenção, quando o MDB deverá decidir, de fato, se vai manter a candidatura própria, vai ficar sem candidato ou vai decidir apoiar Lula ou Bolsonaro.
Como a terceira via não consegue unir ninguém, a tendência é cada um seguir por si e chegar sozinho nas eleições de outubro.