Denunciada por improbidade administrativa pelo suposto desvio de R$ 46 milhões da saúde, a Health Brasil Inteligência em Saúde teve ampliado em 8,2% o repasse neste ano pelo Governo do Estado. De acordo com o Portal da Transparência, desde o início da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) em 2015, houve o repasse de R$ 228 milhões para a empresa.
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No mês de fevereiro deste ano, o sócio da empresa, Rodolfo Pinheiro Holsback, e o ex-prefeito de Jardim e ex-coordenador da Caravana da Saúde, Marcelo Henrique de Mello, viraram réus por corrupção passiva e ativa, peculato, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
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O escândalo veio à tona em julho de 2020 na Operação Redime, deflagrada pelo promotor Adriano Lobo Viana de Resende com o apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Conforme a investigação, por meio do contrato de digitalização dos exames médicos houve o desvio de R$ 46,050 milhões.
No entanto, o Governo não só manteve o contrato com a Health Brasil, nova denominação da HBR Medical Equipamentos Hospitalares, como ampliou os repasses. De acordo com o Portal da Transparência, houve o empenho de R$ 14,078 milhões de janeiro a abril deste ano, contra R$ 13,003 milhões no mesmo período do ano passado.
Aliás, em 2021, no ano seguinte à deflagração da Operação Redime, a gestão do PSDB repassou R$ 33,051 milhões ao grupo investigado por superfaturamento e direcionamento na licitação. Houve redução em relação ao ano anterior, quando foram repassados R$ 38,2 milhões.
A Health Brasil recebeu R$ 228,027 milhões desde o início da gestão tucana, conforme o Portal da Transparência. Além do contrato para operar a Redime (Rede de Imagens Digitais), a Health Brasil Inteligência ganhou a licitação para assumir a distribuição de medicamentos junto com a Intero Brasil, que está em recuperação judicial. O Consórcio LIM – Logística Inteligente de Medicamentos foi anunciado vencedor em março do ano passado.
Na área cível, a Health Brasil Inteligência foi denunciado por improbidade administrativa e chegou a ter R$ 46 milhões bloqueados pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.
No entanto, o sequestro foi suspenso em março deste ano pelo desembargador Geraldo de Almeida Santiago, relator do pedido no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Ele alegou que já houve bloqueio do sócio e do médico na área criminal.
Aliás, Holsback e Mello viraram réus pelos crimes de corrupção e peculato em fevereiro deste ano, quando o juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, aceitou a denúncia feita pelo MPE.
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