O tratamento VIP dispensado a André Puccinelli (MDB) na inauguração do Bioparque do Pantanal faria parte de uma estratégia de contar com o apoio do emedebista ao candidato a governador do PSDB, o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel. Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-governador trocaria a disputa do Governo pela vaga de primeiro suplente de senador da ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina.
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Pelo plano considerado mirabolante, mas não improvável por se tratar de política brasileira, Puccinelli contaria com o apoio de emedebistas, de tucanos e bolsonaristas e, praticamente, asseguraria a eleição da ministra como senadora da República por Mato Grosso do Sul no lugar de Simone Tebet (MDB).
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Apesar de ser réu por corrupção e improbidade administrativa na Operação Lama Asfáltica e ainda ser investigado pela Polícia Federal, o ex-governador se mostra resiliente. Conforme a mais recente pesquisa, do Datamax, ele empataria em primeiro lugar com Marquinhos Trad (PSD). Sem o prefeito da Capital, o emedebista é líder isolado e disputaria o segundo turno com a deputada federal Rose Modesto (União Brasil).
Um dos riscos de André é repetir Pedro Pedrossian em 1998. Na época, o ex-governador liderou todas as pesquisas e acabou ficando de fora do segundo turno, disputado por Zeca do PT e Ricardo Bacha (PSDB). O petista acabou eleito no segundo turno e derrotou o tucano, que tinha o apoio das máquinas da Prefeitura de Campo Grande e do Governo do Estado.
Tereza Cristina trocou o União Brasil pelo Progressistas e vai para a disputa como a candidata de Jair Bolsonaro (PL), que lidera as pesquisas no Estado. O presidente já antecipou que, caso seja reeleito, vai nomear a pecuarista sul-mato-grossense novamente para comandar o Ministério da Agricultura, praticamente, selando a vaga de senador para o primeiro suplente.
Como primeiro suplente de Tereza, André reforçaria o palanque de Eduardo Riedel, que tem empacado em 3,7%, segundo pesquisa do DataMax. No levantamento do Ranking, ele fica em 4º lugar, na frente de Zeca do PT, mas atrás de Marquinhos, Rose e André.
A possibilidade de contar com o apoio de Puccinelli teria sido um dos motivos para Reinaldo convidar e dar o devido crédito ao ex-governador pela obra do Aquário do Pantanal. O nome do emedebista consta da placa de inauguração.
O Jacaré procurou a assessoria do ex-governador sobre a suposta articulação feita nos bastidores, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.
O ex-deputado estadual Junior Mochi, presidente regional do MDB, garantiu que o candidato a governador será Puccinelli. Em conversa informal com O Jacaré, ele disse que o ex-governador vem articulando para ter como candidata ao Senado a própria Tereza ou a deputada federal Rose Modesto.
A teoria conspiratória também não conta com a candidatura de Simone Tebet, que vem ensaiando disputar a presidência da República, mas não conseguiu passar de 2% em todas as pesquisas eleitorais. Com o desempenho pífio, ela deverá ser descartada pelos caciques do MDB e disputar a reeleição.
Em entrevista ao jornal Valor, a senadora ressaltou que não cogita ser candidata a vice-presidente em nenhuma chapa. O ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sempre deixaram claro que gostariam de contar com Simone como vice.
Caso Puccinelli saia da disputa, a disputa pela sucessão estadual começa a ficar afunilada, já que o PL descartou lançar a candidatura a governador do deputado estadual Capitão Contar. O PT corre o risco de não conseguir viabilizar a candidatura de Zeca do PT, que depende de um recurso no Superior Tribunal de Justiça para recuperar os direitos políticos.
Marquinhos anunciou que deixa o cargo nesta semana e mantém a disposição de disputar o cargo de governador. As outras candidaturas colocadas são de Rose Modesto e Eduardo Riedel.