Após despencar nas pesquisas e réu por improbidade administrativa no escândalo Gisa, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), desistiu de disputar a presidência da República em 2022. Por outro lado, o MDB decidiu oficializar, no início de dezembro, a candidatura a presidente da senadora Simone Tebet.
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Ex-secretário municipal de Saúde de Campo Grande na gestão do primo, Nelsinho Trad (PSD), e ex-deputado federal, Mandetta comunicou a desistência à cúpula da União Brasil, partido a ser criado da fusão do DEM e PSL. Ele é o terceiro nome cotado para a terceira via a desistir de enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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O primeiro a desistir foi o apresentador da TV Globo, Luciano Huck (sem partido), que sonhava em transformar o Palácio do Planalto na primeira experiência como político e gestor público. Outro aventureiro que desistiu foi o apresentador da TV Bandeirantes, José Luiz Datena.
Mandetta chegou a pontuar com dois dígitos nas pesquisas de opinião visando as eleições de 2022. Em abril do ano passado, quando foi demitido do cargo de ministro por Bolsonaro, ele chegou a ser considerado bom ou ótimo por 76% dos brasileiros, de acordo com o Datafolha e Atlas Político.
No entanto, mesmo fazendo duras críticas contra as medidas de Bolsonaro e às falhas no combate à pandemia, que causaram mais de 610 mil mortes no País, o ex-ministro não conseguiu manter a popularidade. Nem o apoio dos meios de comunicação nacional, como a revista Veja, que o colocou como o candidato ideal da 3ª via, empurrou o democrata nas pesquisas.
Nos últimos levantamentos, o ex-ministro da Saúde caiu para 1,4% a 3%. Em levantamento divulgado hoje pelo O Jacaré, feito pelo PoderData, Mandetta ficou atrás do Cabo Daciolo (Brasil 35).
De acordo com o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, o ex-ministro anunciou que a prioridade será disputar um cargo legislativo por Mato Grosso do Sul. Com o anúncio, ele descarta mudar de domicílio eleitoral para ser candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro. Mandetta poderá disputar uma vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados.
Por outro lado, MS ainda poderá ter uma candidata a presidente da República. Em postagem no Twitter, o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi, de São Paulo, confirmou que Simone será oficializada como pré-candidata do partido no início do próximo mês.
“Desde março, tive conversas com dirigentes nacionais e regionais do MDB. A conclusão geral é que precisamos de um nome do partido para 2022. Por isso iremos homologar Simone Tebet como pré-candidata ao Planalto na próxima reunião da executiva no início de dezembro”, tuitou Rossi.
Caso o MDB decida levar a cabo a decisão, Simone será a única mulher a disputar a presidência da República em 2022. Por enquanto, os pré-candidatos são Lula, Bolsonaro, o ex-juiz Sérgio Moro (Pode), os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ambos do PSDB, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), o senador Alessandro Vieira (Cidadania), Felipe D’Ávila (Novo) e Cabo Daciolo.
De acordo com Bivar, sem Mandetta, a União Brasil vai analisar o apoio a Moro, Simone ou ao nome do PSDB em 2022. Ele não descarta candidatura própria, mas não há nenhum nome cotado no momento.
“Jamais desistirei do Brasil”, diz Mandetta ao desmentir Bivar
Mandetta negou que tenha desistido da candidatura a presidente e desmentiu o presidente nacional do PSL. “Eu sempre disse que posso ser candidato ou posso apoiar outro candidato. Mas jamais desistirei do Brasil. MÉDICO NÃO ABANDONA PACIENTE”, afirmou em postagem no Twitter, após a desistência repercutir no País.
” Meu nome continua à disposição. A fusão de DEM/PSL vai amadurecer. O que realmente precisamos debater são ideias, com transparência e humildade”, ressaltou.
(Editada _as 15h20 desta quinta para acrescentar a declaração do ex-ministro)