No último protesto do ano, realizado neste sábado (20), Dia da Consciência Negra, cerca de 5 mil pessoas participaram da manifestação contra Jair Bolsonaro (sem partido), conforme estimativa da organização do evento. A Guarda Municipal nem a Polícia Militar não estimaram o número de participantes. Durante a caminhada, o presidente foi chamado de “racista”.
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“A classe trabalhadora brasileira é negra e, por isso, o movimento sindical irá ás ruas em todo o Brasil junto com a população negra e com todas as pessoas comprometidas com a defesa da igualdade racial, da vida, da democracia, contra o desemprego, a carestia e a fome”, enfatizou o comunicado do ato.
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O grupo se concentrou na Praça Ary Coelho e depois percorreu as ruas 14 de Julho, Antônio Maria Coelho e 13 de Maio. O evento foi organizado pela CUT-MS (Central Única dos Trabalhadores), Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), ADUFMS, Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro, Grupo TEZ e Coalizão Negra Por Direitos, Sindjor (Sindicato dos Jornalistas), entre outros.
“É um ato de todos os trabalhadores, estudantes, indígenas e sem-terra, todos contra esse governo, esse governo racista”, afirmou o presidente da CUT/MS, Vilson Gimenes. Ele estimou que 5 mil pessoas participaram do protesto. “Foi um belíssimo ato, todos pelo fora Bolsonaro”, afirmou.
“Precisamos dar um basta a todos os absurdos desse desgoverno, não aceitaremos mais que os grandes problemas nacionais fiquem sem uma resposta, problemas estes que afetam de maneira mais grave a população negra: mais da metade da população brasileira está hoje em situação de insegurança alimentar”, disse a vereadora Camila Jara (PT), conforme relato do Midiamax.
A mobilização dos movimentos sociais, sindicais e partidos de esquerda começou com força no ano, principalmente, com o avanço da covid-19, que causou mais de 612 mil mortes no País, e falhas na campanha de vacinação.
No entanto, com a eleição de dois aliados de Bolsonaro, Arthur Lira (PP) na Câmara dos Deputados e Rodrigo Pacheco (PSD) no Senado, o movimento perdeu força no início. Em maio, com as denúncias de superfaturamento na compra da vacina e a abertura da CPI da Covid pelo Senado, a popularidade do presidente começou a cair e as manifestações contra Bolsonaro voltaram a ganhar força.
Com a disparidade no preço dos alimentos e dos combustíveis, a popularidade do presidente continua em queda, mas o impeachment continua sem perspectiva de avanço no Congresso Nacional. Em setembro, os bolsonaristas decidiram ir às rus e mostraram força, pelo menos em Campo Grande, onde levaram 40 mil pessoas às ruas para defender o fechamento do Supremo Tribunal Federal e apoiar Bolsonaro. O ato foi o 3º maior da história na Capital.
A chegada das eleições em 2022 deverá manter os dois grupos nas ruas, principalmente, para medir forças sobre a mobilização contra e a favor do presidente da República.