O IMOL (Instituto Médico Legal) vai realizar nova perícia para avaliar se o poderosíssimo empresário Fahd Jamil, acusado de chefiar um grupo de extermínio na fronteira, permanecerá em prisão domiciliar. A determinação é do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande. O Rei da Fronteira teve o direito de ficar detido em casa em maio deste ano e o benefício valia por 180 dias.
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“A defesa de Fahd Jamil requereu, às fls. 784/792, a manutenção da prisão domiciliar cautelar decretada às fls. 309/319, alegando que o requerente permanece com a situação de saúde debilitada, o que poderia ser observado por meio dos diversos documentos médicos juntados ao longo do procedimento”, destacou o magistrado.
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O Ministério Público, por sua vez, opinou pela submissão do requerente à avaliação médica pelo IMOL. Jamil está em casa, onde todas as visitas, saídas para exames médicos e consultas precisam ser aprovados com antecedência pelo magistrado.
O empresário ficou foragido por 10 meses e se entregou em abril deste ano ao alegar que era sustentado pelos filhos e estava se sentindo ameaçado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), como é conhecida a organização criminosa que surgiu nos presídios de São Paulo. Em maio, após perícia médica, o juiz autorizou o empresário a trocar a cela do Garras pelo apartamento da filha no Centro de Campo Grande.
“Inicialmente, é oportuno esclarecer que os fundamentos para manutenção da prisão preventiva permanecem, tendo em vista os graves fatos imputados ao requerente nas ações penais n. 0949160-58.2020.8.12.0001 e 0949166-65.2020.8.12.0001, que aguardam o encerramento definitivo com as diligências requeridas na fase do artigo 402”, pontuou o juiz, sobre as ações penais em que Fahd Jamil é acusado de corrupção, organização criminosa, tráfico de armas, entre outros crimes.
“No entanto, conforme observado na decisão proferida às fls. 309/319, a situação médica, aparentemente, do requerente exige cautelas adicionais por parte deste Juízo”, ponderou, sobre o estado de saúde do réu.
“O Parecer n. 140/2021 (fls. 223/242), elaborado pela equipe do IMOL encaminhado em maio de 2021 apresentou elementos que apontavam para a necessidade, naquele momento, de ‘tratamento emergencial em ambiente hospitalar’”, disse. “Pois bem, considerando que já se passaram mais de 150 (cento e cinquenta) dias, determino que o requerente Fahd Jamil seja novamente reavaliado pelo IMOL”, determinou.
Fahd Jamil também é acusado pelas mortes do chefe da segurança da Assembleia Legislativa, Ilson Martins Figueiredo, do ex-servidor estadual Alberto Aparecido Nogueira, o Betão, e um policial civil. Os processos estão na fase de instrução e a Justiça ainda vai decidir se levará o padrinho da fronteira a júri popular.
Ele acabou sendo preso na Operação Omertà, uma das mais emblemáticas ofensivas da Polícia Civil e do Gaeco contra o crime organizado, que levou para a prisão poderosos e influentes empresários, como é o caso de Fahd Jamil e Jamil Name. Aliás, a operação causou uma grave crise na corporação, no qual uma delegada se negou a repassar nomes de investigados ao delegado geral, Adriano Garcia Geraldo. Ele está de férias e o caso passou a ser investigado pela corregedoria.