O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, voltou dos Estados Unidos para lançar a campanha à presidência da República. Com 8% nas pesquisas, ele se filia ao Podemos na próxima quarta-feira (10)0. De acordo com a revista Veja, o sonho do ex-juiz é ter a senadora Simone Tebet (MDB) como candidata a vice-presidente da República.
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A senadora sul-mato-grossense foi uma das principais defensoras da Operação Lava Jato no Congresso Nacional e articulou a aprovação a prisão em segunda instância, um dos principais pontos defendidos por Moro. No entanto, ela já fez duras críticas à atuação do magistrado na condução dos processos após a divulgação das mensagens pela Operação Vaza Jato.
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A princípio, o MDB planeja lançar Simone como candidata a presidente em 2022. A emedebista ganhou espaço na mídia brasileira ao se destacar nas inquisições da CPI da Covid do Senado. No entanto, o “brilho” não se converteu em votos, já que a parlamentar tem oscilando entre 1% e 2% nas pesquisas.
Em campanha para suceder o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Moro começou as articulações para montar as alianças e o palanque em 2022. Nesta semana, ele se reuniu com a bancada do Podemos em Brasília. O PSL acabou desmarcando a reunião após ser pressionado pelos bolsonaristas.
Responsável pela primeira condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Operação Lava Jato, no famoso caso triplex do Guarujá, Moro tem ampla antipatia na esquerda. Já entre os seguidores de Bolsonaro, ele também tem grande rejeição porque deixou o cargo no Governo atirando contra o presidente, o qual acusou de interferência na Polícia Federal para blindar investigações de corrupção contra os filhos.
Os caciques do MDB, que foram alvos da Lava Jato, como o senador Renan Calheiros, de Alagoas, são os principais obstáculos de eventual aliança com Moro. A própria Simone já fez duras críticas ao magistrado após as revelações de que orientava no Ministério Público Federal na montagem dos processos.
“Soube ontem à noite com a maior perplexidade. Juridicamente, isso é algo grave, aqui o juiz simplesmente julga, quem tem obrigação de produzir provas contra o réu é o Ministério Público. Essa relação desequilibra as partes, consequentemente”, afirmou Simone em entrevista ao Midiamax.
“Se anulação vai acontecer, não sabemos. O ministro não é mais juiz, não pode ser processado nem mandado embora, mas agora o assunto virou político”, explicou na época. O Supremo Tribunal Federal acabou anulando as condenações de Lula e o reabilitou politicamente.
Além de Simone, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também é cotado para disputar a presidência ou ser indicado como vice em uma chapa dos cotados para representar a 3ª via.
Moro disputa para ser o candidato da terceira via com Simone, Mandetta, Ciro Gomes (PDT) e os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ambos do PSDB.