O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), não cogita voltar a disputar eleições em Mato Grosso do Sul caso não consiga viabilizar a candidatura a presidente da República ou vice-presidente. Caso não consiga vencer a disputa para ser o nome da 3ª via, o médico campo-grandense estaria estudando transferir o domicílio eleitoral para ser candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro.
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Deputado federal por dois mandatos por Mato Grosso do Sul, ele tem uma tarefa difícil, mas não impossível para disputar a sucessão de Jair Bolsonaro (sem partido). O ex-ministro decidiu permanecer no DEM, que está em vias de fusão com o PSL para fundar o novo partido, União Brasil.
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Nas últimas pesquisas, Mandetta tem oscilando entre traço e 4%. Ele fica atrás dos principais nomes cotados para ser o candidato da 3ª via, como o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (Podemos), do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), do apresentador do programa policial da Band, José Luiz Datena (PSL), e dos governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do PSDB.
O médico campo-grandense conta a seu favor do bom desempenho a frente do Ministério da Saúde. Ele deixou o cargo em abril do ano passado com avaliação de ótimo ou bom de 76%, de acordo com o Datafolha.
Só que as duras críticas a Bolsonaro o transformaram em inimigo número um do bolsonarismo, que vivem ressuscitando o escândalo Gisa, como ficou conhecido o desvio milionário quando ele comandou a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande na gestão de Nelsinho Trad (PSD). Os dois são réus por improbidade administrativa em duas ações na Justiça Federal.
A denúncia, que acabou mantida pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região em outubro do ano passado, transformou-se no principal calcanhar de Aquiles de Mandetta. Só que ele conta com a sorte da imprensa nacional, que não menciona o escândalo. A revista Veja chegou a colocá-lo como favorito para ser o candidato da 3ª via, mas sem mencionar a mancha no currículo do ex-ministro.
Como avalia ter pouca chance em uma disputa por Mato Grosso do Sul, onde o principal nome do DEM, a ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, almeja voos maiores, Mandetta estuda mudar o domicílio eleitoral para o Rio de Janeiro. Conforme fontes, o ex-ministro avalia que tem mais chance de ser eleger para uma vaga na Câmara dos Deputados.
Tereza Cristina deseja ser candidata ao Senado e vem construindo uma dobradinha com o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB). Para garantir a aliança com os tucanos, ela vem travando uma queda de braço com a senadora Soraya Thronicke (PSL) para assumir o comando da Aliança Brasil e garantir a manutenção da aliança com os tucanos.
Soraya foi uma das autoras do pedido de impeachment de Reinaldo Azambuja (PSDB), denunciado por receber propina de R$ 67,7 milhões da JBS ao Superior Tribunal de Justiça. A senadora teria mais desgaste em subir no palanque tucano nas eleições de 2022.
A menos de um ano das eleições, a classe política está em ebulição com as articulações visando as vagas de presidente, governador, senador, deputados federais e deputados estaduais.
Além do cargo de governador, os partidos vão priorizar a eleição para a Câmara dos Deputados, já que o número de deputados federais define o tamanho do fundo partidário, do fundo eleitoral e do tempo no horário eleitoral gratuito. O mês decisivo para as mudanças será março, considerando-se que o prazo para mudança de domicílio e de partido termina no dia 2 de abril.