A Polícia Militar Rodoviária de São Paulo apreendeu um bitrem de Maracaju (MS) com R$ 11,527 milhões em espécie, sendo R$ 7,207 milhões e US$ 798.560. A fortuna estava no fundo falso da cabine da carreta. Provavelmente a 3ª maior do País, a apreensão da fortuna ocorreu às 15h desta quinta-feira (30), na altura do quilômetro 561 da Rodovia Raposo Tavares (SP-270).
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A Polícia Federal de Presidente Prudente deverá abrir inquérito para apurar a origem do dinheiro. A apreensão ocorre menos de 10 dias após o DRACCO (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado) deflagrar a Operação Dark Money, que apura o desvio de R$ 23 milhões na Prefeitura da Maracaju.
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De acordo com a polícia paulista, a vistoria minuciosa ocorreu após o motorista apresentar demasiado estado de nervosismo durante a abordagem. Os policiais encontraram o dinheiro no fundo falso do teto do bitrem, que estava com dois semirreboques.
A quantidade apreendida na Raposo Tavares só fica atrás de duas grandes apreensões de dinheiro na história da Polícia Federal. A mais famoso foi a Operação Tesouro Perdido, que encontrou R$ 51 milhões em malas e caixas no bunker do ex-deputado federal e ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (MDB). Ele era integrante do governo de Michel Temer (MDB).
O segundo maior montante foi a apreensão de R$ 12,8 milhões na Operação Paraíso Fiscal, deflagrada pela PF para desmontar organização criminosa integrante por auditores da Receita Federal.
Em relação a escândalos que causaram tsunami político, o valor supostamente proveniente de Maracaju é dez vezes maior. Em abril de 2002, a Polícia Federal encontrou R$ 1,3 milhão em espécie no escritório do empresário Jorge Murad, marido da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney. A descoberta na época levou a filha do ex-presidente José Sarney a desistir de disputa pela presidência da República apesar de chegar ao 2º lugar nas pesquisas.
Em 2006, na véspera do primeiro turno das eleições presidenciais, a PF apreendeu R$ 1,2 milhão e US$ 248,8 mil (o equivalente a R$ 1,3 milhão na cotação de hoje) nas mãos dos aloprados do PT. A imagem do dinheiro quase custou a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista acabou vencendo no segundo turno.
Nem um ditador africano transportou quantia maior que a fortuna de Maracaju. O vice-presidente do Guiné Equatorial Teodoro Obiang Magui, o Teodorin, teve US$ 1,5 milhão (R$ 8,1 milhões) apreendidos pela PF ao desembarcar no Brasil. Ele é filho do ditador africano Teodoro Obiang Nquen.
A quantia também supera os valores apreendidos durante as operações policiais em Mato Grosso do Sul. Na Operação Mineração de Ouro, que investiga três conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, a PF apreendeu R$ 1,6 milhão em dois endereços ligados ao conselheiro Ronaldo Chadid.
Na Operação Motor de Lama, denominação da 7ª fase da Operação Lama Asfáltica, os policiais federais encontraram meio milhão em poder do empresário João Roberto Baird. Já na Operação Omertà, que vou o empresário Jamil Name e o filho à prisão, o Gaeco e o Garras apreenderam R$ 160 mil.
Já a Operação Grãos de Ouro, deflagrada pelo Gaeco contra sonegação fiscal, apreendeu R$ 527 mi em poder do produtor rural Enelvo Freis. Ele obteve a liberação do dinheiro após provar ser dono de uma fortuna estimada em R$ 423 milhões.