O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), tem realizado encontros com especialistas e movimentos cívicos para conhecer os problemas do Brasil e apresentar soluções. De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, o campo-grandense planeja lançar o “Plano Nacional de Reparação” para o pós-pandemia e torna-lo cartão de visitas para a candidatura a presidente da República ou vice em 2022.
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Além disso, conforme o jornal paulista, ele quer erguer a bandeira de combate à corrupção para acolher os órfãos da Operação Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro (sem partido). Apesar do escândalo Gisa, no qual responde a três ações por improbidade pelos supostos desvios quando foi secretário municipal de Campo Grande, o democrata quer minar o PT, marcado pelos escândalos do Mensalão e da Petrobras. Os jornais e sites nacionais não citam as denúncias contra o ex-ministro.
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Mandetta realizou encontro para discutir a criação de um programa social para substituir o Bolsa Família ou o Auxílio Brasil (lançado por Jair Bolsonaro). O responsável pelo programa do DEM nesta área é o professor de práticas sociais Marcelo Garcia, que foi secretário nacional de Assistência Social na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ele se transformou em entusiasta da candidatura do médico ortopedista.
“Tenho discutido com o ministro, na figura de consultor do DEM, um programa robusto de combate à pobreza que ajude as famílias a superarem diversos obstáculos, como a ausência de educação, de formação profissional, de habitação digna, de renda. Acredito que num governo do Mandetta ele possa organizar essa espécie de trilha social para cada família. O foco não será só a transferência de renda, que segue sendo um ativo fundamental, mas não vamos fazer a gestão diária da pobreza e sim garantir a sua superação de forma sustentável”, explicou Garcia.
O ex-ministro também participou de seminário realizado pelo Estadão com outros dois cotados para ser o candidato da 3ª via, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Ele também se reuniu com o movimento Todos pela Educação.
“Como o ‘Todos’ é dedicado a estudar essa visão sistêmica e suas partes, boas experiências e o sequenciamento necessário de implementação, é um ótimo sinal que candidatos nos procurem para melhorar seus programas educacionais”, afirmou a presidente executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, que já se reuniu com outros presidenciáveis, como Ciro, Leite e João Doria.
O ex-ministro vem promovendo de duas a três reuniões mensais com os integrantes da bancada do DEM no Congresso Nacional para discutir saúde, educação, economia, entre outros. “O DEM está muito vivo. O partido todo sabe dessa minha participação, o partido todo concorda, não tive voz dissonante. Agora, o partido não está ainda no momento de fazer a deliberação. Isso será bem lá na frente quando formos falar de convenção. Enquanto isso, vamos fazendo a pré-campanha”, disse Mandetta.
Mandetta não será o primeiro campo-grandense a disputar a Presidência da República. Em 1960, Jânio Quadros se elegeu presidente com a campanha que teve como símbolo a vassoura. Naquela época, o combate à corrupção já era usado pelos políticos para conquistar o eleitorado. Jânio nasceu na Capital.
Aliado de Bolsonaro, Mandetta brigou com o presidente em abril do ano passado, quando discordou das ações de Bolsonaro frente à pandemia. Enquanto o ministro defendia o uso da máscara e o distanciamento social, o capitão promovia aglomerações, criticava as medidas de combate à pandemia e não usava a proteção facial. Ele foi demitido apesar do trabalho ter sido aprovado por 76% dos brasileiros, segundo pesquisa do Datafolha na época.
No entanto, o apoio não se converteu em votos. Em todas as pesquisas eleitorais sobre a eleição de 2022, Mandetta oscila entre 1% e 5% nas intenções de voto, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro brigam na ponta com mais de 30%.
O DEM só disputou a Presidência da República em 1989 – na época, o partido ainda se chamava PFL. Aureliano Chaves teve 0,9% dos votos. O partido trabalhava para lançar Luiz Eduardo Magalhães, filho do senador baiano Antônio Carlos Magalhães, mas ele morreu de um infarto fulminante. Em 2002, o partido tentou lançar a governadora do Maranhã, Roseana Sarney, mas a candidatura foi implodida por uma operação da Polícia Federal que encontrou uma fortuna.
Atualmente, o Estado tem a pré-candidatura a presidente da senadora Simone Tebet (MDB). Ela poderá disputar a reeleição ou tentar ser a representante da 3ª via em 2022.