Prefeito de Campo Grande e governador do Estado por dois mandatos, André Puccinelli (MDB) confirmou, nesta segunda-feira (26), que é pré-candidato ao Governo em 2022. O emedebista diz que os eleitores pedem sua volta. Em campanha, o ex-governador começou a construir o discurso para minimizar as investigações da Polícia Federal, principalmente a Operação Lama Asfáltica, que o aponta chefe de organização criminosa e responsável pelo desvio de uma fortuna dos cofres estaduais.
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Condenado por improbidade administrativa em maio deste ano por coagir eleitores na campanha a prefeito de Edson Giroto em 2012, o ex-governador nem citou a sentença do juiz Lucas Medeiros Gomes, da 1ª Vara Federal de Campo Grande. Ele foi condenado a pagar R$ 254,4 mil e a ter os direitos políticos suspensos por cinco anos.
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“Não tenho condenação nenhuma”, afirmou o político em entrevista do jornalista Otávio Neto. Em seguida, ele deu a nova versão para a prisão por cinco meses na Operação Lama Asfáltica em 2018. Puccinelli disse que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) o libertou porque considerou sua prisão ilegal.
Em dezembro de 2018, a ministra Laurita Vaz, relatora da Operação Lama Asfáltica no STJ, votou pela revogação da prisão preventiva do emedebista e do filho, o advogado André Puccinelli Júnior, porque considerou que a suposta organização criminosa estava desarticulada e não havia risco de comprometer a investigação da PF.
“Justiça se fazendo, serei inocentado”, afirmou o ex-governador, que está com os bens bloqueados em pelo menos três ações da Operação Lama Asfáltica pela Justiça Federal e outra pela Justiça estadual. Os julgamentos do ex-governador começaram no mês passado e deverão ser concluídos neste segundo semestre.
Puccinelli também é réu por improbidade administrativa e corrupção na Operação Coffee Break. Na área cível, o processo é conduzido pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. A sentença deverá ser publicada no segundo semestre de 2022.
Uma coisa o emedebista fala a verdade: ele não tem condenação em segunda instância e, por isso, pela regra eleitoral, é considerado ficha limpa e pode ser candidato nas próximas eleições.
De acordo com André, três pesquisas feitas por partidos adversários o colocam na liderança da disputa da sucessão de Reinaldo Azambuja (PSDB). Além disso, eleitores e lideranças políticas teriam, segundo o ex-governador, clamado pela sua volta ao Governo. “Em decorrência desses aspectos todos, intensificou-se o movimento volta André”, garantiu. O ex-governador tenta repetir o fenômeno Getúlio, que renunciou ao Governo em 1945, encerrando a Ditadura do Estado Novo, e voltou por meio do voto direto, nos braços do povo.
Puccinelli cogita disputar o Governo do Estado e ter uma mulher disputando o Senado. Atualmente, os nomes para compor a chapa são a senadora Simone Tebet (MDB), que disputaria a reeleição, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina Corrêa (DEM) e a deputada federal Rose Modesto (PSDB).
A ministra percorre o Estado ao lado do secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, cotado para ser o candidato a governador pelo PSDB. De acordo com o ex-governador, a ministra, que foi secretária estadual de Produção no seu Governo, teria lhe garantido que fará dobradinha com ele caso volte a disputar o Governo pela 3ª vez.
Puccinelli também disse que Rose não disputará o Governo. No entanto, a deputada federal vem agindo para disputar o cargo de governadora em 2022 pelo Podemos. Simone vem tentando emplacar, com o apoio do ex-presidente Michel Temer (MDB), um dos mais impopulares do País, ser candidata a presidente da República. De acordo com André, ele pode ter o apoio das três, já que apenas um disputará o Senado.
De olho nos apoios, Puccinelli elogiou a senadora Soraya Thronicke (PSL), a qual chamou de “boa moça”, e os irmãos Trad. Ele disse que é amigo do deputado federal Fábio Trad e do senador Nelsinho Trad, ambos do PSD. Ele também elogiou a gestão do prefeito Marquinhos Trad (PSD).
O emedebista ignorou o ex-governador Zeca do PT, um adversário histórico. No entanto, admitiu que tem conversado com setores do PT de olho em aliança nas eleições de 2022. Ele não revelou os nomes dos interlocutores no partido.