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    Psicologia pode revolucionar e elevar produção da agricultura familiar, conta economista

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt04/07/20216 Mins Read
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    No artigo “Agricultura familiar no divã da Psicologia Econômica”, o ensaísta e economista Albertino Ribeiro fala da experiência de três vencedores do Prêmio Nobel que vem revolucionando a vida de pequenos produtores rurais em países subdesenvolvidos. A estratégia foi mudar a forma de pensar para garantir o investimento a longo prazo e não apenas viver de impulso só no presente.

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    “Duflo, Banerjee e Kremer analisaram o porquê de agricultores da África Subsaariana (abaixo do deserto do Saara) não utilizarem tecnologias modernas, como fertilizantes, por exemplo, que aumentariam a sua produtividade. Eles perceberam que no Oeste do Quênia havia uma tendência comportamental. Os agricultores não se planejavam para comprar os insumos quando tinham dinheiro logo após a colheita, pois gastavam tudo. Destarte, quando necessitavam dos insumos, às vésperas do plantio, já estavam sem dinheiro”, pontua.

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    “Os agricultores estavam no “piloto automático” do viés presente; isso porque o presente ocupa grande parte da conscientização das pessoas, portanto elas tendem a atrasar as decisões de investimentos. Quando o amanhã chegar, eles novamente enfrentam a mesma decisão e optam novamente por adiar o investimento. O resultado pode ser um círculo vicioso no qual os indivíduos não investem no futuro, mesmo que seja do seu interesse a longo prazo”, destaca.

    Riberio fala de programa que começou a ser desenvolvimento na região Nordeste do Brasil, que pode chegar a Mato Grosso do Sul, que vem ajudando a agricultura familiar a planejar o investimento e melhorar a produção.

    Confira ao artigo:

    “Agricultura familiar no divã da Psicologia Econômica

    Albertino Ribeiro

    Em 2019, o prêmio Nobel de economia foi para um trio de economistas do MIT (Massachusetts Institute Technology). Abhijit Banerjeee, Esther Duflo e Michael Kremer (prestem atenção neste último), que fizeram robusta pesquisa de campo em vários países pobres e colocaram a ciência econômica nua diante da inequívoca realidade do mundo real e das pessoas comuns -verdadeira “prova dos nove”.

    Os laureados resolveram “arregaçar as mangas” e adotaram alguns postulados da Psicologia econômica ou economia comportamental em seus experimentos de campo, diferentemente da escola Austríaca de economia que alega não precisar ser confrontada com a realidade, pois considera seu conhecimento apriorístico (não precisa ser provado).

    Como tenho dito nos meus artigos, a economia comportamental aproxima a ciência econômica da realidade humana e deixa óbvio que a nossa racionalidade é limitada e devido a isso tomamos decisões ruins.

    Em um dos experimentos, Duflo, Banerjee e Kremer analisaram o porquê de agricultores da África Subsaariana (abaixo do deserto do Saara) não utilizarem tecnologias modernas, como fertilizantes, por exemplo, que aumentariam a sua produtividade.

    Eles perceberam que no Oeste do Quênia havia uma tendência comportamental. Os agricultores não se planejavam para comprar os insumos quando tinham dinheiro logo após a colheita, pois gastavam tudo. Destarte, quando necessitavam dos insumos, às vésperas do plantio, já estavam sem dinheiro.

    Os agricultores estavam no “piloto automático” do viés presente; isso porque o presente ocupa grande parte da conscientização das pessoas, portanto elas tendem a atrasar as decisões de investimentos. Quando o amanhã chegar, eles novamente enfrentam a mesma decisão e optam novamente por adiar o investimento. O resultado pode ser um círculo vicioso no qual os indivíduos não investem no futuro, mesmo que seja do seu interesse a longo prazo.

    O viés presente também é conhecido pelos economistas como desconto temporal hiperbólico. Trata-se da nossa preferência pela recompensa imediata, mesmo se comparada com uma oferta melhor no futuro. Quanto mais distante a recompensa, maior será o desconto que damos a ela. Dito de outro modo, o ganho futuro é exageradamente subdimensionado em nossa mente.

    A Psicologia Econômica explica que essa forma prejudicial de pensar é herança do tempo das cavernas, época em que consumíamos tudo que encontrávamos por não ter como guardar e conservar.

    Ciente desse viés cognitivo, Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer resolveram usar a economia comportamental para neutralizar o viés presente que mantinha os agricultores na pobreza. Sendo assim, eles resolveram aproveitar a própria tendência que temos de não esperar. Quando você oferece algo a pessoa, dizendo que ela só terá acesso agora e não mais no futuro, a tendência é que o indivíduo agarre a oportunidade, uma grande estratégia.

    Deitando no Divã

    No estudo, os laureados dividiram os agricultores em dois grupos: um recebeu subsídios temporários para comprar fertilizantes e o outro tinha o subsidio permanente. Quem mais investiu em fertilizantes foram aqueles que tinham o benefício apenas em um período limitado.

    Ficou claro que, se os indivíduos são enviesados no presente, os subsídios temporários são melhores que os permanentes: oferta que só se aplica aqui e agora reduz os incentivos para adiar o investimento. Foi exatamente isso que os pesquisadores descobriram no experimento: subsídios temporários tiveram efeito consideravelmente maior no uso de fertilizantes do que subsídios permanentes.

    No Brasil, agricultores familiares do Nordeste estão usufruindo do privilégio de contar com a ajuda de um dos vencedores do Nobel de economia. Michael Kremer fundou o PAD – agricultura de precisão para o desenvolvimento. Segundo o site summitagro do Estadão, o programa já beneficiou ajudou 3,6 milhões de agricultores na Ásia e na África.

    A baixos custos, nossos agricultores recebem consultorias pelo computador e pelo celular. “Os custos são baixos e estão baixando ainda mais por causa da queda dos preços dos celulares, e as pessoas têm mais acesso às informações”, disse Michael Kremer.

    O programa ainda não chegou a Mato Grosso do Sul, mas a ideia é que se expanda para todo o Brasil, atendendo, assim, esse seguimento de grande importância para a segurança alimentar do país. Segundo o último Censo Agro do IBGE, de 2017, 61% das propriedades economicamente ativas em Mato Grosso do Sul pertencem a agricultura familiar – 43.223, no total.

    É muito importante que programas como estes cheguem a todos os agricultores, pois muitos ainda não possuem os conhecimentos necessários para aumentarem sua produtividade e muitas vezes são afetados pelo efeito do “viés presente” conforme foi constatado por Kremer e seus pares na pesquisa realizada no Quênia.

    Por fim, para o leitor que esteja interessado em se aprofundar no assunto, indico o livro dos ganhadores do prêmio nobel, intitulado “A Economia dos Pobres”.  Nele é feito um relato minucioso das experiências realizadas em vários países subdesenvolvidos.”

    (*) Albertino Ribeiro é economista, ensaísta e analista de informações socioeconômicas do IBGE

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