A senadora Simone Tebet (MDB) é a única integrante da bancada de Mato Grosso do Sul que assinou o requerimento para prorrogar a CPI da Covid no Senado. Em meio ao escândalo do superfaturamento na compra da vacina Covaxin, da Índia, o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede), do Amapá, anunciou que já conta com 34 assinaturas, número suficiente para estender os trabalhos do final de julho para até o dia 27 de outubro deste ano.
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A investigação ganhou os holofotes nos últimos dias com a denúncia feita pelos irmãos Miranda, de que informaram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) do superfaturamento de 1.000% na compra da vacina indiana. Na ocasião, o capitão teria dito que o assunto era um problema porque envolvia o líder do Governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP), do Paraná.
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O nome de barros foi dito por Luís Miranda (DEM), do Distrito Federal, após ser inquirido durante depoimento na CPI da Covid pela líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet. Após o feito, ela fez um longo discurso de que havia indícios de corrupção no Governo e desmontava o principal discurso de campanha de Bolsonaro, de que combateria os malfeitos na administração pública.
“A CPI tem que mergulhar, profundamente, na investigação de denúncias de crimes gravíssimos, assim mesmo, no plural, cometidos na compra de vacinas. Já são duas. Covaxin e CanSino”, defendeu Simone, conforme postagem no Twitter.
“Faltando por negacionismo, vacinas agora são aceleradas por negociatas? Repugnante”, lamentou a emedebista, que subiu no tom das críticas a Bolsonaro e até considera a hipótese de ser candidata a presidente da República pelo MDB.
A relação dos 34 senadores favoráveis à prorrogação da CPI foi postada na manhã de hoje na rede social por Randolfe Rodrigues. Os senadores Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (PSL) não assinaram o pedido.
Bolsonaro é contra a prorrogação dos trabalhos da CPI, controlada pelos senadores de oposição e independentes. O principal adversário do presidente, o senador Renan Calheiros (MDB), de Alagoas, é o relator na comissão. Apenas quatro dos 11 integrantes fazem a defesa do Governo na CPI.
Apesar do Supremo Tribunal Federal ter livrado os governadores de prestarem depoimento, Reinaldo Azambuja (PSDB) criticou, nesta segunda-feira (28), o trabalho dos senadores. Em entrevista ao Campo Grande News, o tucano disse que a CPI da Covid tinha fins políticos.