A audiência de instrução e julgamento contra o vereador Tiago Vargas (PSD) será retomada no dia 10 de março de 2022 na 4ª Vara Criminal de Campo Grande. Mais votado na eleição do ano passado, ele acabou sendo demitido do cargo de policial civil pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em decorrência da suposta ameaça feita a equipe médica durante perícia na Ageprev (Agência de Previdência de Mato Grosso do Sul).
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No entanto, a Diretoria Geral da Polícia Civil concluiu o inquérito administrativo antes do caso ser julgado pela Justiça. Conforme boletim de ocorrência, feito pelo ex-vereador Lívio Viana Leite, o Dr. Lívio (PSDB), Tiago teria se irritado, feito ameaças e gritado com os integrantes da equipe médica.
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O Ministério Público Estadual denunciou o então agente da Polícia Civil por ameaça. A denúncia foi aceita pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal. O julgamento de instrução e julgamento começou no dia 27 de maio deste ano com o depoimento das testemunhas de acusação: Dr. Lívio, Gesmar Ferreira Borges Júnior, Gisele Maia Silva e Paola Oliveira Cavalcante de Brito.
A defesa do vereador sinalizou que concorda com a proposta de suspensão do processo porque o parlamentar não tem antecedentes criminais. Conforme o advogado, o acordo chegou a ser proposta pelo Ministério Público Estadual.
“Entretanto, após o oferecimento da denúncia fora juntado os antecedentes do Sr. Tiago, às fls. 189-191, onde percebe-se que o mesmo faz jus a suspenção condicional do processo, posto que não responde a nenhuma ação penal, tampouco possui condenações anteriores”, argumentou a defesa.
No entanto, o pedido acabou não sendo aceito pelo promotor Marcus Vinícius Triepp Rodrigues. O MPE insistiu na oitiva das três testemunhas de acusação restantes, que não foram localizadas para depor no mês passado: Paula Carolina Campozan Doria, Marcos Aurélio Almeida Silva e Jean Maurice Queiroz Almeida. Para dar prosseguimento ao julgamento, a magistrada marcou o dia 10 de março de 2022.
Famoso por criticar corruptos e o governador Reinaldo Azambuja, após a revelação da delação premiada da JBS, Tiago Vargas acabou sendo alvo de dez sindicâncias. Ele acabou sendo demitido com base na denúncia feita pelo Dr. Lívio, então vereador, que fazia parte da junta médica da Ageprev.
Ele recorreu contra a demissão, mas teve os pedidos negado em primeira e segunda instância. O último a negar foi o desembargador Marcelo Câmara Rasslan, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. A decisão do magistrado foi mantida por unanimidade pela 1ª Câmara Cível do TJMS, composta pelos desembargadores Rasslan, Geraldo de Almeida Santiago e João Maria Lós.
Agora, o vereador aguarda o julgamento do mérito do pedido para suspender a demissão na 3ª Vara de Fazenda Pública de Campo Grande. Ele tem enfatizado que tem esperanças de recuperar o cargo de agente da Polícia Civil, para o qual foi aprovado em concurso público.
“Hoje estou na Política (Vereador de Campo Grande\MS), confesso que todos os dias sinto saudades da época em que eu era INVESTIGADOR. Por combater um Governador #CORRUPTO fui demitido, mas estou lutando com todas as minhas forças e meios disponíveis para voltar aos quadros da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso do Sul”, postou nas redes sociais em maio deste ano.