A suspensão condicional do processo por até quatro anos vai livrar o senador Nelsinho Trad (PSD), o dono do jornal Midiamax, Carlos Eduardo Naegele, e os autores do pedido de impeachment de Alcides Bernal (Progressistas) da ação criminal da Coffee Break. Os demais réus, como o ex-governador André Puccinelli (MDB) e os empresários João Amorim e João Roberto Baird, o Bill Gates Pantaneiro, ainda vão a julgamento.
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A ação penal tramita em sigilo na 6ª Vara Criminal de Campo Grande desde 2016. Em despacho publicado na terça-feira (13), o juiz Márcio Alexandre Wust marcou a audiência de suspensão condicional do processo contra Nelsinho, Naegele, o advogado Luiz Pedro Guimarães e o pecuarista Raimundo Nonato de Carvalho para o dia 21 de maio deste ano, a partir das 13h30.
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Os quatro foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por associação criminosa, conforme o artigo 288 do Código Penal. A pena prevista para o crime é de um a três anos de reclusão.
O artigo 89, da Lei 9.099/1995, citada pelo magistrado no despacho, permite a suspensão do processo quando a pena mínima for igual ou inferior a um ano. A ação pode ser suspensa pelo período de dois a quatro anos, desde que o réu não esteja sendo processado ou sofrido condenação por outro crime.
No mês passado, o senador Nelsinho Trad foi condenado por improbidade administrativa por suspeita de direcionamento e fraude na licitação bilionária da coleta de lixo na Capital, vencida pela Solurb. Ele e os demais réus tiveram mais de R$ 90 milhões bloqueados pela Justiça para garantir o ressarcimento dos cofres públicos. Além disso, o ex-prefeito responde a outras ações por improbidade na Justiça estadual e federal.
Em outro despacho, publicado no Diário Oficial de ontem, Wust deferiu o pedido de produção de prova pericial solicitada pelo vereador Otávio Trad (PTB), réu por corrupção passiva. Ele deverá indicar os quesitos e a indicação de assistente técnico para acompanhar a perícia.
A audiência de instrução e julgamento chegou a ser marcada para os dias 22, 24 e 25 de março deste ano. Contudo, conforme um dos advogados, houve erro e ainda não há previsão para o julgamento.
Amorim, Baird, o ex-presidente da Câmara Municipal, Mário Cesar de Oliveira (MDB), o secretário estadual especial Flávio César de Oliveira, o ex-prefeito Gilmar Olarte (sem partido) e o ex-vereador Airton Saraiva (DEM) são réus por corrupção passiva e associação criminosa, conforme com a denúncia feita pelo chefe do MPE em 2016, Paulo Cezar dos Passos.
O atual presidente da Câmara Municipal, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), e os vereadores Jamal Salem (MDB), João Rocha (PSDB) e Gilmar da Cruz (Republicanos), entre outros, respondem pelo crime de corrupção passiva.
Já o julgamento de todos os réus por improbidade administrativa começa no próximo mês. Puccinelli e Naegele abrem os interrogatórios no dia 18 de maio deste ano. Nelsinho tentou adiar o seu depoimento para agosto, mas o juiz decidiu dispensá-lo para evitar mais atraso no processo, que tramita há cinco anos na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.
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