Levantamento Instituto Ranking mostra que 50,83% dos moradores apoiam o lockwon para combater a pandemia da covid-19 em Campo Grande. Já 37,67% dos campo-grandenses são contra a medida, enquanto para 8,25% tanto faz. Polêmica e condenada pelos empresários, a medida extrema de fechar tudo que não seja essencial é apontada como a principal saída para conter a doença por autoridades sanitárias e especialistas.
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A cidade adotou o lockdown apenas uma vez, no final de março do ano passado, quando os primeiros casos começaram a ser registrados em Mato Grosso do Sul. Desde então, entidades empresariais – como Câmara dos Dirigentes Lojistas, Associação Comercial e Industrial de Campo Grande e Associação dos Bares e Restaurantes – vem intensificando os protestos contra a medida.
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Um grupo de empresários acampou no canteiro da Avenida Afonso Pena, em frente a Prefeitura de Campo Grande, para protestar contra o lockdown. Eles transferiram o protesto para a frente do CMO (Comando Militar do Oeste), na Avenida Duque de Caxias. Ele afirmam que houve ataque o direito constitucional de ir e vir.
Para não fechar tudo, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) antecipou cinco feriados para frear as aglomerações e desafogar a ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A Capital ficou parada por mais uma semana graças ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que determinou o fechamento de atividades não essenciais por 10 dias. No entanto, o tucano manteve a indústria, construção civil e igrejas abertas.
Pressionado por comerciantes e donos de bares, o tucano decidiu não estender as medidas restritivas, apesar da taxa de ocupação de leitos de UTI em Mato Grosso do Sul continuar acima de 100% e ser a maior do País. A partir de segunda-feira, Reinaldo vai liberar o funcionamento do comércio e apostar em três horários do toque de recolher. Cidades com índice extremo vão continuar fechando às 20h, enquanto a Capital passa para as 21h. Outros municípios poderão abrir até às 22h.
O alto índice de apoio da população da Capital ao lockdown está ligado diretamente ao temor causado pela pandemia. De acordo com o Ranking, 58,25% tem medo da covid-19, enquanto 35,42% possuem mais medo do desemprego. 6,35% não sabem ou não souberam responder.
Esses dados refletem a polêmica incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que as medidas restritivas contra a covid-19 comprometem a economia. No entanto, a maioria tem mais medo da doença.
A sondagem também analisou o desempenho de Marquinhos Trad no combate à pandemia. Para 18,33%, o prefeito está se esforçando; 17,58% acham que está no caminho certo; 15,33% avaliam que está fazendo boa vacinação; 14,25% concluem que está combatendo a covid; e 13,75 %avaliam que está fiscalizando as medidas de isolamento.
As medidas de restrições foram criticadas por 12,33%, porque prejudicou o comércio, enquanto 11,5% avaliaram que o chefe do Executivo está perdido porque baixou muitos decretos. Outros 10,25% criticaram a retirada dos ônibus.
Uma das principais ações para combater a covid-19 é a vacinação. A imunização vem sendo feita no Parque Ayrton Senna, na Seleta, no Guanandizão e postos de saúde. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 138.505 pessoas já foram imunizadas na Capital, sendo que 26.478 tinham recebido a segunda dose.
A cidade começa neste sábado a imunização dos profissionais de segurança e salvamento com mais de 41 anos de idade. O município será um dos primeiros do país a vacinar esses profissionais. A Capital está imunizando idosos com mais de 64 anos.
Aliás, a vacinação contra a covid-19 é o principal ponto positivo na gestão de Marquinhos para 20,33% dos eleitores. Os eleitores também citaram o Reviva Centro (16,25%), o recapeamento de várias ruas (14,42%), parceria com o governador (10,08%) e combate à pandemia (9,58%).