Indiferente as ameaças do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e após anunciar lucro de R$ 7,1 bilhões em 2020, a Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (1º), novo aumento de 4,8% no preço da gasolina nas refinarias. Com o 5º reajuste do ano, o combustível acumula aumento de 41,3% e deve superar R$ 6 em Mato Grosso do Sul.
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O novo aumento assustou o campo-grandense, que voltou a enfrentar filas para aproveitar o preço promocional de R$ 5,199 em postos da região central. Com o novo aumento, o preço do produto deve saltar de R$ 5,50 para R$ 5,77 em Campo Grande, enquanto no interior o valor deve chegar a R$ 6,28. O menor valor na Capital deverá passar para R$ 5,45.
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Em Mato Grosso do Sul, os sucessivos reajustes da companhia pesam ainda mais por causa do ICMS de 30%, adotado no início do ano passado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). A alíquota passou de 25% para 30% e o sul-mato-grossense paga o 4º maior tributo estadual sobre a gasolina, conforme levantamento da Federação Nacional dos Combustíveis.
O governador deverá ser alvo de novo protesto pelo aumento do preço da gasolina no dia 12 deste mês. Apesar da política federal também ser responsável pelo salto no preço do combustível, os movimentos MBL (Movimento Brasil Livre) e Nas Ruas de MS convocaram protesto contra o tucano. A carreata planeja poupar Bolsonaro do desgaste do aumento na gasolina, diesel e gás de cozinha.
O reajuste no preço da gasolina vem impulsionando os lucros da petrolífera. No ano passado, conforme balanço divulgado na terça-feira passada, a Petrobras teve lucro de R$ 7,1 bilhões. Apesar do valor expressivo, houve queda de 82% em relação ao lucro recorde de R$ 40 bilhões registrado em 2019.
Só que a política de reajuste semanais nos preços dos combustíveis impactou na popularidade de Bolsonaro, que decidiu enfrentar o desgaste com o mercado e demitiu o atual presidente, Roberto Castelo Branco. O novo presidente, general Joaquim Silva e Luna deve assumir no dia 20 deste mês.
A primeira manifestação do novo chefe da companhia foi para acalmar o mercado. Ele sinalizou que não deverá mudar a política de paridade com o mercado internacional e de repassar imediatamente o impacto da cotação do dólar ao consumidor.
Entre dezembro e amanhã, o preço da gasolina na refinaria terá aumento de 41,3%, passando de R$ 1,84 para R$ 2,60. O óleo diesel também sobe 5% amanhã, o 4º do ano, já que os caminhoneiros desistiram da greve nacional para manter o apoio ao presidente da República. O gás de cozinha também terá novo aumento de 5% nesta terça.
A política da Petrobras é de contabilizar os lucros, enquanto o consumidor conta as moedas para manter o carro rodando.